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Chuva ajudou Hamilton a vencer 100ª, mas foi Verstappen quem saiu no lucro
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Faltavam sete voltas para o final do GP da Rússia quando começou a chover em Sochi. Lewis Hamilton pressionava Lando Norris na luta pela vitória, mas o inglês já tinha ficado preso atrás de uma McLaren neste domingo, e também na prova anterior, na Itália, e a ultrapassagem não era garantida. Ele e Lando não queriam atender aos pedidos de suas equipes para pararem, até que o heptacampeão cedeu, contrariado, a quatro voltas para o final. Essa decisão seria fundamental para que ele vencesse pela 100ª vez na carreira, no que é o número mais impressionante de uma carreira recheada de conquistas na F1.
"Não posso levar o crédito por essa decisão", admitiu o inglês que, no momento da parada, disse para a equipe que a pista estava secando e ouviu a resposta de que choveria mais pouco depois. Dito e feito. Norris, que continuou na pista mesmo que a McLaren o chamasse para os boxes, acabou perdendo o controle do carro, e terminou apenas em sétimo. "A decisão foi minha, achei que era o certo a fazer. Estou devastado", reconheceu o jovem britânico, que tinha feito sua primeira pole position da carreira e estava próximo de vencer pela primeira vez.
Era uma vitória que Hamilton vinha perseguindo desde o GP da Grã-Bretanha, em julho, e que o colocou de volta na liderança do campeonato, com dois pontos de vantagem para Max Verstappen. "Parece uma eternidade desde que eu venci a última vez. Quando esse tipo de coisa acontece, e você não consegue produzir os resultados que normalmente consegue, você começa a pensar 'será que eu vou vencer novamente?', mas a equipe fez um grande trabalho", disse um sorridente Hamilton, em contraste à decepção que demonstrou após a classificação.
Essa vantagem na tabela poderia ser muito maior, não fosse justamente ela, a chuva.
Verstappen largou em último por ter trocado o motor, e conseguiu escalar boa parte do pelotão enquanto estava com os pneus duros, os melhores deste domingo em Sochi. Depois que todos os pilotos fizeram suas paradas, o holandês se encontrava em sétimo, e por lá ficou, sem conseguir o mesmo rendimento com os pneus médios.
A corrida de Hamilton foi justamente o inverso: largando em quarto, com os médios, ele ficou encaixotado na primeira curva, tirou o pé, e chegou a cair para sétimo, e ficou preso atrás da McLaren de Daniel Ricciardo. Essa era uma cena familiar para ele, depois de passar a sprint e boa parte do GP da Itália justamente atrás da McLaren de Norris. Adiando sua única parada nos boxes, ele conseguiu andar sem o trânsito de Ricciardo e se livrar do australiano e de todos os pilotos que estavam entre ele e o líder Norris, passando Sainz e Gasly na pista. Quando a chuva começou a cair, ele tinha tirado uma diferença de 8s para o piloto da McLaren e o pressionava.
Naquele momento, mesmo que ele não conseguisse superar o compatriota, estava marcando 18 pontos, contra seis de Verstappen, e sairia de Sochi com sete pontos de vantagem. Mas o holandês conseguiu manter um bom ritmo quando a pista estava escorregadia e tomou a decisão, quatro voltas antes de Hamilton, de parar. Com isso, chegou em segundo. "Era uma decisão muito difícil. A equipe estava me perguntando 'o que você acha?', o que você acha?' e, em determinado momento, falei 'vamos lá, vamos parar'. E dei sorte de ter funcionado, porque começou a chover ainda mais."
Assim, Verstappen sai de duas corridas em que a Mercedes teve vantagem em termos de desempenho tendo perdido apenas cinco pontos em relação a Hamilton, e ainda com uma unidade de potência nova. Do lado do dono de 100 vitórias na carreira, por sua vez, fica o ânimo renovado por vencer uma corrida difícil, recuperando-se de um erro na classificação. E a realidade de que, em um campeonato no qual o conjunto Red Bull-Verstappen foi superior na maioria das provas, mesmo após 15 corridas disputadas, é ele, Hamilton, quem é o líder.
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