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Hiato de 10 semanas entre vitórias de Hamilton foi marcado por reviravoltas
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Líder do campeonato da Fórmula 1 pela terceira vez neste ano, Lewis Hamilton voltou a vencer depois de um hiato de 10 semanas desde a conquista do GP da Grã-Bretanha, o maior desde 2016 para o inglês, que chegou ao impressionante número de 100 triunfos na carreira na categoria. De julho para cá, apenas uma das corridas pode ser considerada normal - o GP da Holanda, vencido tranquilamente por Max Verstappen - o que é uma amostra da temporada atípica que a F1 está vivendo.
Hamilton sozinho no grid
Duas semanas após a vitória de Hamilton em Silverstone, que veio mesmo depois de um acidente com Verstappen e uma punição de 10 segundos durante a prova, a Fórmula 1 foi para a Hungria. O inglês largou na pole e escapou de um acidente que envolveu vários carros, inclusive Verstappen, acertado pela McLaren de Lando Norris, que por sua vez tinha sido atingida por Valtteri Bottas.
Verstappen continuou na pista com o carro bastante avariado, dando uma chance de ouro para Hamilton. No entanto, a Mercedes optou por não chamar o inglês aos boxes na relargada após a bandeira vermelha causada pelo acidente do início. Isso gerou uma das cenas mais bizarras da temporada até aqui, com Hamilton alinhando sozinho no grid enquanto todos os outros trocavam os pneus intermediários pelos de pista seca. Hamilton teve de parar, foi para o último lugar, e chegou em segundo (ajudado pela desclassificação de Sebastian Vettel por não ter combustível suficiente para inspeção).
A corrida que não existiu
A corrida seguinte foi na Bélgica e, na realidade, não aconteceu. A classificação já foi disputada sob chuva, e Hamilton alinhou em terceiro, atrás da surpresa George Russell (no que foi, por si só, um momento surpreendente na temporada) e de Verstappen. No domingo, choveu tanto em Spa-Francorchamps que a corrida teve apenas três voltas sob Safety Car, e efetivamente valeu o resultado do sábado, com metade dos pontos sendo dados aos pilotos.
A Fórmula 1 teria um fim de semana de mais normalidade na casa de Verstappen, em Zandvoort, onde o holandês foi dominante. Foi lá que Max retomou a liderança do campeonato, que tinha perdido após o GP da Hungria.
Reviravoltas em Monza
Na Itália, a expectativa era de que a Mercedes dominasse, mas uma largada ruim de Hamilton o fez perder posições no começo da sprint, uma minicorrida usada naquele fim de semana para definir o grid. Ele chegou em quinto naquela prova e, para piorar a situação, a Mercedes já tinha decidido levar uma punição tática com Bottas, trocando seu motor. Isso quis dizer que Verstappen largou na frente no domingo, e Hamilton saiu só do quarto lugar.
No domingo, mais uma reviravolta: a McLaren de Daniel Ricciardo pulou na frente, e o australiano dominou a prova, enquanto Hamilton ficava preso atrás do outro carro laranja, de Norris. Mas a corrida ainda guardaria outras surpresas: a Red Bull, geralmente a equipe mais rápida nos pit stops, cometeu um erro na parada de Verstappen, e isso deu a chance de Hamilton emparelhar com o rival após sua parada. E os dois bateram, abandonando a prova.
Do muro à glória em Sochi
Duas semanas depois, foi a vez do GP da Rússia, que teve seus próprios dramas: no treino livre, Hamilton atropelou um mecânico após acionar um botão erroneamente; no sábado, numa classificação disputada sob chuva, o inglês perdeu o controle do carro quando entrava nos boxes e bateu, danificando sua asa dianteira. E, depois, acabou batendo de novo em sua última volta lançada, com os pneus frios. Assim, o favorito em Sochi largou em quarto, enquanto Verstappen aproveitou este fim de semana para trocar de motor, o que significou que ele largaria em último.
O holandês estava escalando o pelotão até o sétimo lugar quando começou a chover, com sete voltas para o fim. Tomou a decisão de colocar os pneus intermediários na hora certa, e chegou em segundo, numa corrida que foi vencida por Hamilton.
Quem é o favorito?
Foram tantas reviravoltas em apenas seis corridas, de Silverstone até aqui, que é difícil apontar um favorito para a temporada, ainda que a maioria das sete pistas restantes favoreçam, em teoria, a Red Bull. Por conta disso, quando perguntados sobre o quão confiantes estão em relação ao título, Verstappen e Hamilton desconversaram.
O holandês disse que sua chance é de 50%: "ou sim, ou não", explicou. Enquanto Hamilton lembrou que já aconteceu um pouco de tudo na temporada. "Não foi só nas últimas duas corridas: houve várias em que não maximizamos o resultado. Não há dúvida de que será duro. Acho que, nestes dois terços de campeonato até aqui, eles tiveram uma vantagem marginal. No entanto, aconteceu todo tipo de coisa com nós dois e com nossas equipes. O campeonato está aberto nestas últimas corridas. Há uma sequência de circuitos em que antecipo que a batalha entre nós será bem apertada. Só espero conseguir fazer boas corridas."
Hamilton se refere especialmente à Turquia e Estados Unidos, onde é difícil apontar de antemão um favorito claro. Depois, a F1 vai para o México, Brasil, provavelmente Qatar, Arábia Saudita (em um circuito novo) e Abu Dhabi. O GP da Turquia será dia 10 de outubro.
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