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O que falta para Perez poder ajudar Verstappen na luta pelo título da F1?
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No início de junho, Sergio Perez parecia estar finalmente se entendendo com o carro de sua nova equipe para 2021, a Red Bull, e se colocava como um personagem importante no campeonato, não apenas ajudando seu time na conquista do primeiro título de construtores desde 2013, como também tirando pontos de Lewis Hamilton na disputa com Max Verstappen.
Mas, desde a vitória no GP do Azerbaijão, sexta etapa do campeonato, o mexicano não conseguiu voltar a esta posição de forma consistente, vivendo uma história semelhante aos ex-companheiros do holandês.
A diferença é que, com 10 anos de F1, Perez é muito mais experiente que seus antecessores Pierre Gasly e Alex Albon. Então o que está acontecendo com o mexicano e o que a Red Bull espera dele até o fim do ano?
Marko: "Perez não vai ficar por muito tempo"
Que Perez tem dificuldades em se entender com o carro, é um fato visto claramente tanto nos números, como na maneira cabisbaixa com que Perez tem andado pelo paddock há meses: ele não sabe o que é superar Verstappen em classificação desde a segunda corrida do ano, tem menos da metade dos pontos do holandês e o mais perto que chegou de Max nas corridas que ambos terminaram nas sete últimas provas (de um total de 15 disputadas) foi cinco posições atrás, ainda que suas corridas tenham sido comprometidas algumas vezes para beneficiar Verstappen, da mesma forma que ocorre na Mercedes com Valtteri Bottas.
Ainda assim, Perez tem confiança de que pode virar o jogo ainda neste ano, e ajudar a Red Bull de forma mais efetiva no campeonato de construtores. "Ainda há um longo caminho pela frente. Eu já estive nesta posição antes e vou virar o jogo. Não tenho dúvidas. Cada final de semana é uma chance de virar o jogo, então estou animado para o resto do ano porque estamos em uma grande batalha pelo mundial de equipes", disse o mexicano após a nona colocação no GP da Rússia.
Perez teve seu contrato renovado em agosto, o que poderia ajudar em sua confiança, mas ao mesmo tempo o consultor da Red Bull, Helmut Marko, revelou que o time sondou Lando Norris e disse que Perez "não ficará por muito tempo" na equipe.
Red Bull não é carro fácil de pilotar
Tecnicamente, há dois fatores: quando Perez foi contratado pela Red Bull, o diretor técnico que trabalhou com o mexicano nos últimos anos na Force India/Racing Point (hoje Aston Martin), Andy Green, disse que a equipe estava levando um piloto "com um estilo de pilotagem muito extremo" e isso poderia dificultar sua adaptação porque "é algo que ajuda em algumas pistas e é ruim em outras".
O fato de o carro da Red Bull ter geralmente a traseira muito solta, o que tem a ver com a filosofia do rake alto, não ajuda. A traseira do carro é mais distante do solo que a dianteira, o que ajuda na geração de pressão aerodinâmica, mas ela também pode ser mais difícil de ser encontrada em determinadas curvas, gerando esta instabilidade.
Além disso, é claro que há muito mais do feedback de Verstappen, que está na equipe desde 2016, do que de Perez, que acabou de chegar, no próprio projeto do carro, ainda que o desenvolvimento sempre busque deixar o equipamento mais rápido, cabendo ao piloto se adaptar a ele.
E, para solucionar a instabilidade na traseira, o carro é muitas vezes acertado de uma maneira que pode fazer com que ele saia muito de frente, e vimos isso ao longo deste ano, especialmente durante as classificações. Esse é um comportamento mais difícil para o piloto, pois sua sensação é de não conseguir fazer o carro girar nas curvas, e Verstappen lida com isso melhor do que qualquer companheiro que tenha tido na Red Bull, incluindo Perez. E um resultado ruim na classificação significa fazer a primeira parte da corrida atrás de carros mais lentos, o que compromete o resultado final.
É dessa espiral negativa que Perez tenta sair, o que seria fundamental para a Red Bull ter chances de título entre as equipes. No momento, o mexicano é o quinto no campeonato (atrás, inclusive, de Norris com McLaren) e a Red Bull está 33 pontos atrás da Mercedes - que tem Lewis Hamilton em primeiro e Valtteri Bottas em terceiro. A Fórmula 1 está de volta neste fim de semana, com o GP da Turquia, no qual Perez foi segundo ano passado com a Racing Point.
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