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Por que Turquia foi GP 'maluco' e histórico em 2020 e o que muda neste ano
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A pista da Turquia foi uma das que voltaram ao campeonato da Fórmula 1 ano passado em eventos que substituíram provas que não puderam ser realizadas devido à pandemia, e a corrida foi um grande sucesso: o fim de semana foi recheado de surpresas, com Lance Stroll fazendo a pole position com a Racing Point debaixo de chuva, e uma prova movimentada acabou dando a Lewis Hamilton o heptacampeonato, em uma das grandes performances da carreira do inglês.
Asfalto novo + frio + chuva
Uma combinação de fatores explicou aquele fim de semana em que o grid da Fórmula 1 parecia estar de ponta-cabeça até Hamilton colocar ordem na casa: como a pista não era usada para eventos internacionais há anos, precisou ser recapeada, o que foi feito apenas dias antes da corrida de 2020.
Isso quis dizer que os pilotos já encontrariam uma superfície com pouca aderência, pois o asfalto não teria tempo de estar maduro o suficiente. Isso porque o asfalto novo solta óleos que, é claro, não contribuem para manter os carros na pista. Com o tempo, eles secam e é só então que a pista fica com o nível de aderência esperado.
Mas o cenário poderia piorar se fizesse frio, dificultando que os pneus entrassem na janela de temperatura adequada, e se chovesse. E as duas coisas aconteceram durante a classificação, o que tornou a definição do grid um exercício de sensibilidade para encontrar a aderência fora da trajetória, estratégia das equipes para colocar seus pilotos fora do trânsito na pista e paciência para fazer os pneus funcionarem. E Stroll, que costuma andar bem na chuva, fez a pole position, seguido por Max Verstappen e Sergio Perez, enquanto o então líder do campeonato disparado, Lewis Hamilton, saiu em sexto.
A corrida começou com pista molhada, mas, lentamente, a condição foi melhorando. Os pilotos largaram com pneu de chuva forte, e depois trocaram para os intermediários, e no final para pneus de pista seca, os slick.
Mas não Hamilton: ele adotou uma tática que normalmente não daria certo em lugar algum, mas foi a estratégia vencedora na Turquia justamente pela leitura correta das condições do asfalto: ele permaneceu com os pneus intermediários quando a pista secou, o que geralmente levaria ao superaquecimento destes pneus mas, com o nível de aderência tão baixo, era difícil gerar temperatura, então, era a situação perfeita para usar os intermediários, já praticamente sem as ranhuras que ajudam a dissipar a água, ou seja, parecendo praticamente pneus slick, na pista seca. E, no final, Hamilton venceu com meio minuto de vantagem para o segundo colocado, Perez, outro piloto que adotou a mesma tática.
O que muda para 2021?
Um ano depois, o asfalto já estaria naturalmente mais aderente, mas havia o temor por parte das equipes de que isso não seria suficiente por se tratar de uma pista pouco usada. Então a Federação Internacional de Automobilismo aconselhou os administradores do Istambul Park a jogar água na pista algumas vezes de 2020 para cá.
"Nós vimos esse mesmo tipo de procedimento sendo usado em Singapura, por exemplo, onde são utilizadas vias públicas e onde eles reasfaltam a pista regularmente por conta do movimento. Foi o que aconteceu na Turquia, além de outras mudanças. O que aconteceu ano passado foi uma questão de timing, e eles retificaram isso a contento", disse o diretor de provas da F1, Michael Masi.
Por um lado, as equipes chegarão mais bem preparadas depois da experiência do ano passado, e também haverá duas categorias fazendo provas de suporte (o que não existiu em 2020), ainda que não sejam as tradicionais F2, F3 ou mesmo Porsche Cup.
Por outro, a previsão do tempo indica temperaturas relativamente baixas para o fim de semana, perto dos 20° C com céu encoberto e alguma possibilidade de chuva para o sábado. Certamente não será um fim de semana tão diferente quanto no ano passado, mas é uma prova que traz ingredientes interessantes, especialmente em um campeonato muito mais disputado e que tem Hamilton e Verstappen divididos por apenas dois pontos.
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