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Em estreia da F1 na Arábia Saudita, homens podem usar shorts. Mulheres, não
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Os profissionais que trabalham na Fórmula 1 receberam nesta semana as instruções de como se vestir durante a visita da categoria à Arábia Saudita, que vai receber o campeonato pela primeira vez neste ano, no início de dezembro, em Jedá. Ainda que o esporte esteja acostumado a fazer visitas a outros países do Oriente Médio, como o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos, a recomendação de um dress code, ou código de vestuário, é incomum, tendo sido adotada nas primeiras edições do GP da Malásia, há mais de 20 anos.
O documento explica que o país está passando por um movimento de abertura em relação à vestimenta dos visitantes mas, ainda assim, "o reino da Arábia Saudita é um país conservador, com um código de vestimenta restrito. Por exemplo, a maioria das pessoas não estão acostumadas a ver pele em público. Ainda que os tempos estejam mudando e os visitantes da Fórmula 1 vão perceber isso, é melhor que o visitante, homem ou mulher, cubra-se o máximo possível para evitar ofender costumes locais. É uma questão de aderir a um código de vestimenta sensato, particularmente em áreas públicas".
A grande diferença em relação ao passado recente é a não obrigatoriedade de que as mulheres cubram a cabeça, ainda que o documento aponte que é recomendado que elas carreguem consigo um lenço. O uso de abayas, uma espécie de vestido que cobre totalmente o corpo, também não é mais obrigatório, dentro de uma abertura maior da Arábia Saudita para turistas não-muçulmanos nos últimos anos. As instruções dadas são semelhantes às de quaisquer visitantes ao país, com exceção de um detalhe: o uso de shorts.
Para as mulheres, é necessário usar roupas que cubram as pernas pelo menos até abaixo do joelho e blusas que fiquem abaixo do cotovelo. Os tecidos não podem ter transparência ou serem justos. "Blusas justas podem ser usadas com uma jaqueta por cima".
A recomendação é um pouco mais branda para os homens, aos quais é pedido que cubram ombros e pernas. Além disso, ao contrário das mulheres, será permitido aos homens usar shorts, desde que isso faça parte do uniforme das equipes e que eles sejam usados apenas na pista e no transporte do hotel para a pista.
Além da questão do vestuário, há a recomendação de que os visitantes evitem demonstrações de afeto em público e o uso de palavras e gestos "profanos".
A penúltima etapa do campeonato vai acontecer em uma pista que está sendo construída na cidade de Jedá —e cujas últimas imagens, inclusive, geraram dúvidas no paddock devido ao atraso nas obras, ainda que os organizadores garantam que tudo ficará pronto a tempo— que é um dos pontos de partida para a peregrinação à cidade sagrada de Meca. Não-muçulmanos, no entanto, não têm permissão para visitar a cidade. O contrato dos sauditas com a F1 é de pelo menos 10 anos e, ainda que os valores não tenham sido divulgados, acredita-se que seja a prova mais lucrativa da categoria, com investimento de mais de US$ 65 milhões por ano. Não que este seja o único investimento saudita no esporte, depois que a petrolífera Aramco fechou um contrato de patrocínio de longo prazo com a categoria, juntando-se a DHL, Emirates, Heineken, Pirelli e Rolex como uma de suas parceiras globais.
A ida da Fórmula 1 à Arábia Saudita tem gerado discussão por dois pontos: o foco em sustentabilidade e, principalmente, depois que a categoria passou a se pronunciar a respeito de questões voltadas aos direitos humanos dentro da campanha We Race As One ("nós corremos como um só", em português). Em todas as etapas, são divulgadas ações em cada um dos lugares por onde a F1 passa, ligadas aos dois temas, além da exibição de um vídeo antes da largada, após o qual os pilotos estão livres para usar camisetas e se manifestarem da maneira que quiserem a respeito da causa escolhida. Isso aconteceu mesmo em países com histórico de desrespeito aos direitos humanos, e deve se repetir na etapa saudita.
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