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Com 5 GPs para o final, Hamilton e Verstappen ainda terão de trocar motor?

Max Verstappen e Lewis Hamilton no pódio do Grande Prêmio dos Estados Unidos de Fórmula 1 - REUTERS
Max Verstappen e Lewis Hamilton no pódio do Grande Prêmio dos Estados Unidos de Fórmula 1 Imagem: REUTERS

Colunista do UOL

05/11/2021 11h26

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Com cinco corridas para o final da temporada da F-1 e uma batalha intensa pelo título, os rivais Red Bull e Mercedes tentam entender qual a estratégia de cada um para chegar até a corrida decisiva em Abu Dhabi com a melhor situação possível em relação aos motores. O líder do campeonato, Max Verstappen, está usando sua quarta unidade de potência desde o GP da Rússia, há três provas, enquanto Lewis Hamilton, que está 12 pontos atrás do holandês, trocou seu motor a combustão a dois GPs, na Turquia.

Dos dois lados, o discurso é de que estas foram as últimas trocas da temporada, lembrando que, a cada elemento da unidade de potência que for substituído a partir de agora, eles terão que pagar, no mínimo, cinco posições no grid de punição.

"Em corridas normais e sem acidentes, podemos nos safar com os motores que temos. Enquanto a informação que temos, e também nossa esperança, é de que Hamilton tenha que trocar novamente", disse o consultor da Red Bull, Helmut Marko.

Mas como explicar que Verstappen poderia fazer mais corridas com seu motor novo do que Hamilton? "Até agora nosso motor Honda tem sido absolutamente confiável. É claro que você nunca está imune a uma quebra. Mas a situação do motor é certamente mais tranquila do lado da Honda do que do lado da Mercedes."

Marko se refere aos problemas que os alemães tiveram principalmente depois que introduziram sua terceira unidade de potência, na Bélgica. Na verdade, por toda a temporada, seus clientes tiveram problemas mesmo com motores com baixa quilometragem, mas eles passaram a atingir também a equipe de fábrica, muito provavelmente pelos mapas mais agressivos usados para competir com a Red Bull. O motor a combustão da Mercedes, ou seja, um dos elementos que compõem o V6 turbo híbrido que a F1 usa, começou a apresentar falhas sem muito aviso. E uma quebra é o pior pesadelo dentro de uma disputa tão apertada, já que representa zerar em termos de pontuação em uma prova e pagar uma punição na seguinte pela troca do motor.

Tentando entender o que estava acontecendo e fazendo modificações para evitar a fuga pneumática que estava no centro do problema, a Mercedes trocou o motor de Valtteri Bottas, companheiro de Hamilton, em Monza e na Rússia, ou seja, em duas corridas seguidas. Da etapa russa para a seguinte, na Turquia, eles ganharam confiança a respeito de uma solução, que foi testada no novo motor que Hamilton estreou no Istanbul Park.

Os resultados foram tão satisfatórios que a Mercedes voltou a trocar o motor de Bottas, deixando-o com a mesma especificação que Hamilton testou na Turquia. E isso deu confiança ao inglês de que os problemas estão superados.

No México, onde disputa a 18ª etapa da temporada neste fim de semana, Hamilton estava positivo. "Acredito que nossos motores estão fortes e, até onde sei, vamos até o final [sem mais trocas]. Tomara que isso não seja um problema para nós."

As próximas três etapas da F1 forçam bastante os motores: no México e, em menor escala, no Brasil, a questão da altitude gera preocupação, e depois será disputado o GP do Qatar, em uma pista com média alta de velocidade.

Um piloto não é obrigado a ficar só com o último motor, podendo trocar entre os outros que tem disponíveis. O problema para Verstappen é que ele perdeu uma unidade de potência inteira no acidente com Hamilton em Silverstone (e este era um motor que teria pelo menos mais duas ou três corridas pela frente, o que afetou sua programação para o restante do ano). E, no caso de Hamilton, a Mercedes não quer arriscar usar os motores a combustão de antes da mudança que fez na Turquia.

Nesta sexta-feira, começam os treinos livres para o GP do México, com uma sessão começando às 14h30 e a segunda, às 18h, pelo horário de Brasília.