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'Não tenho palavras', diz brasileiro que recebeu troféu do GP de São Paulo
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Até a última volta do GP de São Paulo, ele nem poderia imaginar, mas o engenheiro brasileiro Leonardo Donisete da Silva, ou Léo, como é conhecido na Mercedes, subiria ao pódio de seu GP caseiro, recebendo o troféu de uma vitória importantíssima para a equipe, e de quebra seria levantado por Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, encharcado de champanhe e carregando a bandeira brasileira.
"Eles só decidem quem vai na última volta para não dar azar. Já tinha até desligado minha comunicação quando o [chefe da Mercedes] Toto [Wolff] me chamou", revelou o mineiro de 30 anos, que está na Mercedes como engenheiro de estratégia de corrida há cinco anos. Ele vai para cinco GPs por ano, e deu a sorte de estar no Brasil, podendo receber o troféu em uma corrida muito celebrada pela equipe. E não por acaso: Hamilton foi desclassificado da classificação por uma irregularidade de 0,2 mm em sua asa traseira, o que ocorreu devido a um desgaste do equipamento. Largou em último na sprint, passou 15 carros no sábado e nove no domingo para vencer.
"Não tenho palavras para descrever. Com a punição que a gente tomou? Não tem desafio maior do que ganhar saindo do último lugar", comemorou.
O engenheiro está na Mercedes há cinco anos e vem de Patos de Minas, no interior de Minas Gerais. O pódio acabou sendo uma forma de a sua família matar um pouco a saudade, já que, com o GP brasileiro estando no meio de uma rodada tripla, ele não teve tempo de voltar para casa desta vez.
Filho de um marceneiro e uma dona de casa, Leonardo estudou em escola estadual até conseguir uma bolsa de estudos na sexta série. Ele se formou em engenharia pela Unicamp, conseguindo, por meio da universidade, concluir sua formação na França, onde chegou sem saber nenhuma palavra em francês.
Na Mercedes, entrou depois de muita insistência —e vários e-mails. "Algum tempo depois da minha graduação, eu mantinha contato com as pessoas que trabalhavam na F1. Fiz uma lista de engenheiros e ficava entrando em contato nas mídias sociais, mandava e-mails. Até que eu consegui uma entrevista lá e o James resolveu assistir por curiosidade e decidiu me contratar".
James, no caso, é James Vowles, chefe de estratégia da Mercedes. Hoje, Léo faz parte do time de cinco estrategistas que trabalham sob o comando dele, na maioria das vezes na fábrica da equipe, em Brackley. Em algumas etapas, um deles viaja para as corridas, e Léo foi escalado para o Brasil. "Nós ficamos fazendo análises dos dados que recebemos em tempo real, modelando a corrida. Eu sou a pessoa que consolida o material que a gente analisa e envia para o pitwall. Meu papel é assegurar que nada está passando batido e que o James tem tudo nas mãos para tomar a decisão".
Uma das decisões que nasceram de algo observado por ele foi a de fazer uma parada extra no GP da Espanha, o que colocou Hamilton em condições de passar Max Verstappen no final e vencer a prova.
Com a vitória no Brasil, Hamilton agora está 14 pontos atrás de Verstappen no campeonato, com três corridas para o final. A próxima etapa será já neste final de semana, no Qatar.
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