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Como Hamilton estava tão veloz em SP e por que isso preocupa a Red Bull?

Max Verstappen, da Red Bull Racing, e Lewis Hamilton, da Mercedes, disputam primeira posição - NELSON ALMEIDA/AFP
Max Verstappen, da Red Bull Racing, e Lewis Hamilton, da Mercedes, disputam primeira posição Imagem: NELSON ALMEIDA/AFP

Colunista do UOL

17/11/2021 04h00

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As duas vitórias seguidas de Max Verstappen no campeonato da Fórmula 1 nos Estados Unidos (pista que costumava ser reduto Mercedes) e México fizeram muitos imaginarem que o mundial de pilotos estava decidido a favor do holandês. Mas uma cartada do time de Lewis Hamilton no GP de São Paulo voltou a equilibrar o jogo, com três provas para o final: após trocar seu motor a combustão, o inglês estava voando em Interlagos, e superou uma desclassificação na tomada de tempos e a própria punição pela troca de motor para vencer a etapa brasileira, e agora está a 14 pontos de Verstappen no campeonato.

São 78 pontos ainda em jogo nas três etapas finais, e as reviravoltas que vêm marcando este campeonato fazem com que seja difícil prever o desfecho dessa disputa. Mas a pergunta que ficou na cabeça da Red Bull após Interlagos foi como a Mercedes conseguiu melhorar tanto e o que eles podem fazer para responder?

Dois fatores diferentes explicam o que aconteceu em Interlagos. Por um lado, é sabido que o motor Mercedes tende a sofrer muito mais com o uso do que o Honda, usado pela Red Bull. Então, embora o Mercedes novo seja mais potente, ao longo de sua vida útil ele passa a ser superado pelo Honda. E é por isso que Verstappen, mesmo sendo ultrapassado por Hamilton em Interlagos, não acredita que trocar seu motor seria decisivo para o campeonato.

Ele o trocou pela última vez na Rússia, há seis corridas. De lá para cá, Hamilton contou com motores novos em duas oportunidades. "A performance do motor Honda é muito linear, enquanto o motor deles parece gerar muita performance quando ele é novo. Mas eu espero que essa vantagem se desgaste muito rapidamente."

hamilton - Mercedes - Mercedes
O inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, durante o GP de São Paulo
Imagem: Mercedes


A teoria de Verstappen é coberta pelo que foi visto nas últimas etapas: Hamilton trocou o motor a combustão na Turquia, há cinco corridas, e o fez novamente no Brasil, corroborando com a noção de que essa potência extra, especialmente com a Mercedes usando mapeamentos mais agressivos, tende a se dissipar.

Mas isso não justifica toda a velocidade de Hamilton em Interlagos, quando, em um final de semana histórico, o piloto ultrapassou 24 carros ao longo do final de semana, disputado em formato de sprint, ou seja, com uma minicorrida no sábado (na qual ele foi de 20º a quinto) e um GP normal no domingo (em que ele largou em décimo pela troca de motor e venceu). O comportamento do carro da Red Bull mostrou mais uma vez seu ponto fraco, com os pilotos tendo dificuldade em lidar com a dianteira, escorregando os pneus e desgastando-os mais do que os pilotos da Mercedes.

Isso tem a ver com as características da pista mas, também, com as temperaturas. Até aqui na temporada, a Red Bull se deu melhor que a Mercedes quando o asfalto estava mais quente, mas isso não será regra nas etapas finais do campeonato: as três últimas corridas serão disputados ao entardecer, em locais nos quais a temperatura cai bastante ao longo da tarde.

Para piorar, para ambas as equipes, as duas próximas corridas serão em terrenos desconhecidos: a etapa deste final de semana, no Catar, será em uma pista que nunca foi usada pela Fórmula 1, e a seguinte, na Arábia Saudita, será totalmente nova. É o cenário perfeito para o campeonato das reviravoltas continuar a surpreender.

A estreia do GP do Catar será neste final de semana.