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Verstappen x Hamilton: os quatro temas decisivos na reta final da Fórmula 1

Verstappen, da Red Bull, cumprimenta Lewis Hamilton, da Mercedes - LLUIS GENE/AFP
Verstappen, da Red Bull, cumprimenta Lewis Hamilton, da Mercedes Imagem: LLUIS GENE/AFP

Colunista do UOL

01/12/2021 04h00

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O cenário para as duas últimas corridas da Fórmula 1 não poderia ser mais empolgante para os fãs: Max Verstappen lidera com oito pontos de vantagem e até tem chances de conquistar o título neste fim de semana, mas foi seu rival Lewis Hamilton quem venceu as duas últimas corridas. Com 52 pontos ainda em jogo, há várias dúvidas em relação ao que vem fazendo o rendimento de ambos flutuar nas últimas corridas e, para completar, as duas pistas finais são, de uma forma ou de outra, desconhecidas.

A primeira corrida será neste final de semana, no circuito de rua de Jedá, na Arábia Saudita, uma pista de alta velocidade e muitas curvas que estreia no campeonato. No final de semana seguinte, o campeonato vai acabar em Abu Dhabi, que sofreu muitas modificações para este ano e perdeu um pouco do perfil de retas longas + último setor travado.

Em teoria, a Mercedes —e isso os dois lados concordam— tem certa vantagem na Arábia Saudita, e o duelo tende a ser mais apertado em Abu Dhabi. Mas há ainda várias questões em aberto antes das etapas finais.

Hamilton voltará a voar com o motor que usou no Brasil?

hamilton brasil - NELSON ALMEIDA/AFP - NELSON ALMEIDA/AFP
Lewis Hamilton comemora vitória no GP de São Paulo com a bandeira do Brasil
Imagem: NELSON ALMEIDA/AFP

A Mercedes lançou mão de uma vantagem que tem em relação à Red Bull: eles conseguem extrair muito mais potência de um motor a combustão novo do que a Honda, ao passo que, quando esse motor ganha quilometragem, a perda é muito mais acelerada do que no caso do equipamento dos japoneses. É por isso que Hamilton usou um motor novo no Brasil e guardou essa peça para as duas últimas etapas, a fim de não perder muito rendimento em Abu Dhabi.

Do lado de Verstappen, uma troca não seria tão benéfica, porque o motor Honda sofre pouco desgaste, mas isso não está descartado. Outra possibilidade seria a Honda liberar mais potência (ou seja, permitir que o piloto use modos mais agressivos) nas etapas finais, mas o chefe da Mercedes, Toto Wolff, suspeita que eles já começaram a fazer isso no GP do Qatar no qual, mesmo com uma configuração aerodinâmica que não ajudava na velocidade de reta, Verstappen não ficou longe de Hamilton no quesito.

A Red Bull vai resolver os problemas da asa traseira?

Isso porque a velocidade de reta não é só uma questão de potência de motor, e tem muito a ver com as asas traseiras, que foram um ponto de disputa e controvérsia entre Mercedes e Red Bull por todo o campeonato.

No Brasil, a Red Bull questionou o movimento da asa da Mercedes, que teria diminuído significativamente no Qatar (embora Wolff garanta que a asa não foi modificada). Então uma certeza é que todos estarão de olho para ver se a lâmina inferior se flexiona quando o carro está a mais de 260 km/h, como a Red Bull desconfia. Isso tira parte da resistência que o carro oferece ao ar, aumentando sua velocidade.

Do lado da Red Bull, a dúvida é se o time encontrou uma solução para evitar o movimento da lâmina superior, que estava tremulando em alta velocidade no Qatar, até ser trocada para a classificação e para a corrida. O chefe do time, Christian Horner, disse que a solução é fácil, e especula-se que eles só tenham tido tantos problemas no Qatar devido à falta de tempo entre aquele GP e a etapa do Brasil. Por outro lado, o único jeito de testar a carga exata que a asa tem de aguentar será no treino livre do GP da Arábia Saudita.

pódio méxico F1 - Clive Mason/Getty Images/Red Bull - Clive Mason/Getty Images/Red Bull
Max Verstappen e Lewis Hamilton, rivais pelo título da F-1, no pódio do GP do México
Imagem: Clive Mason/Getty Images/Red Bull

Quem vai acertar melhor o carro?

A grande vantagem da Mercedes nas três últimas provas (ainda que isso não tenha surtido tanto efeito no México, onde a Red Bull tinha ampla vantagem devido às características da pista) tem sido no acerto do carro. Eles conseguem fazer os pneus traseiros trabalharem sem ter de prejudicar a carga nos dianteiros, enquanto a Red Bull tem patinado mais na pista, o que acaba desgastando mais os pneus nas corridas.

É claro que os problemas com as asas traseiras, que começaram nos Estados Unidos, são uma distração, mas o acerto base obtido com o trabalho de simulação também tem falhado em apontar a melhor direção. Neste sentido, é uma boa notícia que as últimas etapas sejam disputas em traçados sobre os quais as informações são limitadas.

Quem será mais agressivo, e até que ponto campeonato pode ir para o 'tapetão'?

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Verstappen e Hamilton protagonizaram acidente feio em Monza
Imagem: Reprodução/Band

Com o campeonato se desenhando para ter Verstappen e Hamilton separados por poucos pontos na última etapa de uma temporada na qual eles se encontraram várias vezes na pista —em disputas que raramente terminaram de maneira amistosa— é de se esperar algum lance polêmico nesta reta final. Verstappen já mostrou que não é de levantar o pé e Hamilton já provou que está disposto a arriscar.

Não por acaso, o campeonato se tornou muito brigado, também, fora das pistas, com uma série de ameaças de protesto, dois pedidos de revisão de resultados (um da Red Bull e um da Mercedes, ambos negados) e punições para os dois pilotos. Então não seria uma surpresa se as provas finais também tiverem algum lance decidido na sala dos comissários.