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Como polêmica de SP entre Verstappen e Hamilton pode pesar na decisão da F1
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A Fórmula 1 chega à última corrida do ano com Max Verstappen e Lewis Hamilton empatados em pontos e com um clima bélico depois de uma verdadeira batalha no último domingo na Arábia Saudita, que teve três momentos com disputas bastante duras entre os dois. Não que isso seja novidade na temporada: os rivais deram trabalham aos comissários de pista por todo o ano e não há motivos para acreditar que será diferente na decisão deste domingo.
Só na Arábia Saudita, Hamilton foi investigado por duas infrações cometidas no terceiro treino livre (e escapou sem punições de ambas, uma por desrespeitar uma bandeira amarela que, na verdade, tinha sido acionada por um segundo por engano, e outra, mais polêmica, por ter atrapalhado Nikita Mazepin). E Verstappen acabou levando, efetivamente, três punições, tendo de ceder duas posições em uma das relargadas e depois somando 15s a seu tempo final por levar vantagem em um dos lances com Hamilton e depois por ter freado no meio da reta, causando uma colisão com o inglês.
Como Hamilton em Jeddah, Verstappen escapou, em um passado recente, de uma punição também: foi no GP de São Paulo, por um lance que guarda semelhanças com as duas defesas de posição pela qual a direção de prova pediu que ele cedesse o lugar para Hamilton na Arábia Saudita.
Em todos os lances, Hamilton já tinha uma parte significativa do carro ao lado do holandês, e ele sai da pista para evitar a ultrapassagem. O inglês muda sua trajetória e evita uma batida.
Então por que os lances foram julgados de maneira diferente e o que isso significa para a decisão de Abu Dhabi?
Na prova seguinte ao Brasil, no Catar, os pilotos pediram uma esclarecimento por parte da direção de prova, e Michael Masi apontou que a instrução aos comissários era de que eles fossem mais lenientes em curvas com áreas de escape asfaltadas, em que sair da pista não representa uma perda de tempo significativa. E que, por isso, Verstappen escapou de punição em São Paulo. Perguntado se esse é o caso, Masi disse que "muito provavelmente, sim". "Todos tentam comparar incidentes e dizer que eles são todos iguais, mas não são. A análise é individualizada, observamos as circunstâncias daquele dia".
Na Arábia Saudita, em uma pista de rua quase sem áreas de escape, a direção de prova aplicou as regras de forma mais literal, e nas duas vezes que Hamilton teve de desviar e frear para não bater com Verstappen, ele foi considerado culpado. Na primeira, Masi deu a chance de o holandês devolver a posição ao inglês (e a Esteban Ocon, que tinha se colocado entre eles) e não ser punido, e na segunda o diretor de prova chegou a fazer o mesmo, mas Verstappen freou em plena reta enquanto tentava ceder o lugar a Hamilton, que não tinha sido avisado da troca, e os dois bateram.
O líder do campeonato não entendeu muito bem o que aconteceu. "Nós dois saímos da pista e, de alguma maneira, eu tomei a punição. Também teve aquela anterior, quando me tiraram duas posições no grid? não sei, tivemos decisões estranhas hoje."
Abu Dhabi é uma pista com áreas de escape asfaltadas e largas, então será um teste para a tal abordagem mais relaxada dos comissários. E com os dois carros chegando tão equilibrados para a etapa final, é difícil imaginar que Verstappen e Hamilton não vão se cruzar justamente na decisão. Não é por acaso que a Mercedes, já prevendo este cenário, fez um pedido revisão daquele lance do Brasil, buscando esclarecer por que Max não foi punido.
Apesar dos dois estarem igualados em pontos após Hamilton vencer em Jeddah e Verstappen, mesmo com as três punições, chegar em segundo, é o holandês que está na frente por ter vencido mais na temporada. Os treinos livres para o GP de Abu Dhabi começam nesta sexta-feira. A classificação e a corrida serão às 10h da manhã do sábado e domingo, respectivamente, com transmissão pela TV Bandeirantes.
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