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Verstappen e Perez usarão motor com nome Red Bull, mas fabricado pela Honda
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Max Verstappen e Sergio Perez vão correr com motores Red Bull a partir desta temporada, depois que a Honda anunciou sua saída da Fórmula 1. Ou, pelo menos, esse será o nome oficial. As unidades de potência, na realidade, estão sendo desenvolvidas pela Honda, serão montadas durante a temporada na fábrica da montadora no Japão e também é de lá que virá todo o apoio durante as corridas.
Isso significa que a Red Bull poderá focar no caro e ambicioso projeto de montar a Red Bull Powertrains, sua própria divisão de motores, com o objetivo de construir a unidade de potência de 2026. De 2022 até lá, o desenvolvimento de todas as unidades de potência da F1 estará congelado, ou seja, ninguém pode fazer mudanças, a não ser por questões de confiabilidade. Este congelamento, inclusive, foi uma vitória política da Red Bull obtida no começo do ano passado.
Aproveitando que ainda há quatro anos até a chegada dos novos motores, a Red Bull estabeleceu uma parceria bastante interessante com a Honda: os japoneses ficaram responsáveis pelo desenvolvimento das peças antes da última homologação do motor, que pode ser feita até 1° de março de 2022 para o motor a combustão, turbo e MGU-H (que são as peças que geram mais diferença de rendimento atualmente) e 1° de setembro para o restante. E dão todo o suporte técnico nesta temporada de transição.
Já a Red Bull se comprometeu a contratar os funcionários que a Honda mantinha na fábrica da Inglaterra que operava apenas para suprir o projeto da F1. E, quando os bancos de teste da Red Bull Powertrains entrarem em operação, no final do primeiro semestre deste ano, a operação começa a se deslocar de Sakura, no Japão, para Milton Keynes, na Inglaterra.
Este plano foi divulgado ainda em outubro, mas não foi totalmente finalizado, como revelou o chefe da Red Bull, Christian Horner. "O motor terá o nome Red Bull. Como parte de nosso acordo com a Honda, eles continuarão a ser montados no Japão, com o apoio e assistência técnica de lá. É bem provável [que o processo seja transferido para Milton Keynes], mas estamos discutindo isso no momento. A possibilidade é que eles continuem sendo construídos no Japão e enviados para nós", explicou em entrevista ao site Racing365. "Eles chegarão selados para nós. E todo o apoio técnico durante as corridas será feito do Japão neste ano".
Curiosamente, na última vez que a Honda decidiu deixar a Fórmula 1, no final de 2008, os japoneses tinham uma equipe e também deram suporte para os novos donos: isso ajuda a explicar como a Brawn conseguiu os títulos de pilotos e equipes no ano seguinte, mesmo com orçamento reduzido.
Para a Red Bull, o acordo foi muito importante para facilitar a transição de construtora para construtora e fornecedora de motores, colocando uma empresa que vem do ramo de bebidas energéticas no mesmo patamar de gigantes automotivos como Mercedes, Renault e Ferrari, e logo na F1.
Red Bull contratou 6 engenheiros da divisão de motores da Mercedes
Não é por acaso que a Red Bull vem atraindo nomes dos rivais para montar sua divisão de motores. Na semana passada, depois de uma novela que durou 10 meses, eles entraram em acordo com a Mercedes para terem Ben Hodgkinson, chefe de engenharia mecânica da divisão de motores dos alemães e com quase 20 anos de empresa. Outros cinco engenheiros da Mercedes foram atraídos pelo projeto.
A contratação de tantos funcionários da Mercedes, é claro, tem relação com o sucesso dos alemães na era dos motores híbridos na F1, na qual eles venceram todos os campeonatos de construtores, de 2014 para cá. Mas também tem um fundo bastante prático: a fábrica em que a Mercedes faz seus motores fica em Brixworth, a 45 minutos da fábrica da Red Bull. Já os motores Renault e Ferrari são feitos na França e Itália, respectivamente.
Estes recém-chegados (Hodgkinson terá de esperar até o final de maio para poder trabalhar na Red Bull) têm como missão preparar a Red Bull Powertrains para a construção do motor que deve estrear em 2026.
Esse novo regulamento não está totalmente fechado, mas as dúvidas são mais a respeito do teto orçamentário do que da parte técnica em si: será uma unidade de potência mais simples e com muito mais uso de energia elétrica do que a atual, mas a F1 seguirá com um V6 turbo híbrido.
Mas é possível que a Red Bull não tenha que fazer isso sozinha. A Porsche há meses conversa com a equipe, que poderia ser uma porta de entrada para a marca por meio de uma parceria técnica. Como há uma reunião da chefia da Volkswagen, que é dona da Porsche, marcada para o início de fevereiro, é possível que tenhamos mais notícias sobre isso em breve. Por ora, o motor se chama Red Bull, mas ronca em japonês.
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