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O que é o congelamento do motor na F1 em 2022 e por que ele é tão decisivo
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O visual dos novos carros é o que vai chamar a atenção quando o grid da Fórmula 1 alinhar pela primeira vez em 2022 no GP do Bahrein, dia 20 de março, mas as fabricantes estarão na expectativa para comprovar se acertaram a mão em outra mudança importante: o congelamento dos motores. Afinal, isso pode significar a glória ou vacas magras não apenas neste ano, mas nas próximas quatro temporadas.
O congelamento do desenvolvimento dos motores serve para as fabricantes economizarem dinheiro enquanto focam no novo projeto da categoria, que estreia em 2026, embora as regras ainda não tenham sido publicadas. Depois da homologação, cuja parte mais importante acontece dia 1° de março, só será possível mudar o motor "por questões de confiabilidade, segurança, custos, problemas de instalação no carro ou de fornecedores." Ou seja, nenhuma atualização relacionada à performance pode ser feita nas quatro próximas temporadas.
Não se trata de uma novidade: quando a F1 usava motores V8 aspirados, eles ficaram congelados entre o final de 2006 e 2014, quando a categoria adotou os atuais V6 turbo híbridos. Mas o regulamento atual é diferente porque não prevê a busca de igualdade em termos de rendimento. Naquela época, foi permitido que a Renault desenvolvesse seu motor para que chegasse no mesmo nível que as outras. Agora, se alguém ficar para trás, não há muito o que fazer.
Isso coloca pressão especialmente na Ferrari e na Renault, que estão devendo em relação a Mercedes e Honda.
O congelamento dos motores será feito em duas partes durante 2022
O motor da F1 na verdade se chama unidade de potência e é dividido em seis partes, além do sistema de escapamento. Para 2022, as montadoras poderão mudar cada uma dessas peças uma vez, com dois prazos diferentes.
Até o dia 1° de março, ou seja, logo depois dos primeiros testes da pré-temporada, que serão realizados de 22 a 25 de fevereiro, eles precisam homologar o motor a combustão, o ERS-H, o turbo, o sistema de escapamento e o combustível. O combustível, aliás, é um capítulo à parte, porque passa a ter 10% de fontes renováveis o que, por si só, já vai trazer mudanças ao motor.
Toda essa parte que tem que estar pronta antes do início do campeonato é a mais complexa do motor. Já o ERS-K, as baterias e a central eletrônica têm de ser homologadas até dia 1° de setembro de 2022.
Última chance de Ferrari e Renault
Para Ferrari e Renault, inclusive, essa será a última chance de adotar um desenho semelhante ao que a Mercedes teve desde o início da era híbrida e o que a Honda também seguiu logo depois, dividindo o compressor e a turbina do turbo e colocando o MGU-H dentro do V do motor.
As duas fabricantes que estão atrás vêm adotando táticas diferentes: a Renault optou por não atualizar seu motor ano passado, focando todos os esforços em uma mudança radical neste ano. Eles estão animados com os números que veem nas simulações mas, se isso não for traduzido na pista, será tarde demais para reagir.
Já a Ferrari vem tentando recuperar a potência perdida depois que uma investigação da FIA em seu sistema de fluxo de combustível fez com que o motor italiano perdesse muita potência entre 2019 e 2020. Nunca foi divulgado o que realmente aconteceu na investigação, mas, neste ano, a FIA está introduzindo controles mais precisos para os motores, em decorrência do que foi encontrado.
Tendo que obter mais potência de outra forma, a Ferrari estreou uma atualização na parte final do campeonato de 2021 voltada para a parte de recuperação de energia. Trata-se de um conceito que será utilizado neste ano e que melhorou significativamente o rendimento do carro. Então, pelo menos, a Scuderia vai entrar em 2022 sabendo que está no caminho certo.
Mercedes também tem o que melhorar
Nem mesmo os octacampeões de construtores da Mercedes estão tranquilos. O motor do ano passado se mostrou muito potente, mas ao mesmo tempo perdia rendimento mais rapidamente que o Honda ao longo de sua vida útil. Tanto, que Lewis Hamilton precisou de um motor a combustão a mais que seu rival Max Verstappen durante o ano, mesmo não tendo perdido uma unidade por acidente, ao contrário do holandês.
Já do lado da Red Bull, que terá motores com seu nome em 2022, há menos motivos para preocupações. Embora esteja saindo oficialmente da F1 após fazer esta última atualização em seu equipamento, a Honda vai continuar fabricando e fazendo a operação de pista das unidades de Red Bull e AlphaTauri.
A Red Bull, inclusive, deve ser a primeira equipe a mostrar seu carro de 2022, dia 9 de fevereiro. Os lançamentos de Aston Martin e McLaren virão logo em seguida, nos dias 10 e 11 e, na semana seguinte, será a vez de AlphaTauri, Ferrari e Mercedes.
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