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Red Bull é a primeira dos candidatos ao título a lançar carro de 2022 na F1
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A Red Bull lançou nesta quarta-feira (9) o carro com que Max Verstappen, novamente fazendo dupla com Sergio Perez, defenderá o título de pilotos de 2021. Depois de ser campeão em um final polêmico da Fórmula 1 ano passado, o holandês tentará repetir a dose com um regulamento totalmente diferente, que promete chacoalhar o grid e tornar as ultrapassagens mais fáceis.
Verstappen decidiu usar o direito que tem de carregar o número um, algo que não acontecia desde 2014, ou seja, desde que os campeões passaram a ter a opção de adotar o tradicional 1 ou manter seus próprios números. De lá para cá, apenas Lewis Hamilton teve essa opção (o outro campeão no período, Nico Rosberg, não defendeu seu título) e sempre optou por manter o 44. Mesmo assim, o novo campeão disse que isso "não muda nada" para ele porque "não faz sentido mudar de uma hora para a outra". "Estou curioso para ver como será o comportamento do carro na pista, já que muitas coisas mudaram. Não é só uma questão de entrar no carro e já saber como é porque o carro é uma atualização em relação ao ano anterior."
No lançamento, o chefe da equipe, Chrisitian Horner, afirmou que as mudanças no regulamento de 2022 são as maiores "dos últimos 30 ou 40 anos" e destacou que a equipe que começar na frente pode não ser o time campeão ao final do ano. "Vai ser uma disputa na pista e, ao mesmo tempo, em termos de desenvolvimento, do começo até o final da temporada."
Estas novas regras buscam a diminuição da turbulência, e é essa a expectativa de Perez nesta segunda temporada no time. "Quero ver se realmente o novo carro vai ajudar as disputas a pista a serem melhores. Estou muito animado para esta temporada."
Mesmo com título, prioridade é melhorar comportamento do carro
Do carro em si, a Red Bull mostrou pouco durante o lançamento, até porque se tratava de um carro de exibição, e não o que estará na pista. As fotos divulgadas são praticamente as mesmas do modelo de lançamento das novas regras feito pela F1, especialmente nas entradas de ar, e ainda não mostram áreas importantes em termos de diferenciação entre os projetos de 2022, como o início do assoalho ou o difusor. O próprio Horner admitiu que "este carro será bem diferente já na primeira etapa do campeonato". Não coincidentemente, o lançamento focou mais no acordo para a parceira Oracle, do setor de tecnologia, se tornar patrocinadora máster da equipe do que no carro em si.
Será interessante ver como o novo carro da Red Bull se comportará na pista. Nos últimos anos, ficou claro pela dificuldade que Alex Albon e Pierre Gasly e Sergio Perez, que não são pilotos ruins, tinham de chegar perto de Verstappen que a Red Bull não tinha carros fáceis de controlar. Ainda que o holandês seja um craque, a diferença foi muito maior do que o normal entre pilotos de alto nível, e teve muito a ver com a dificuldade de domar um carro que saía muito de frente e cuja janela de funcionamento não era das mais amplas.
Curiosamente, quando a Red Bull foi campeã no passado, o mesmo aconteceu: de 2010 a 2013, o carro foi ficando cada vez mais complicado e mais ao gosto de Sebastian Vettel. E a diferença entre ele e seu então companheiro Mark Webber foi aumentando.
Agora, Adrian Newey começa com uma folha em branco. Considerado por muitos o maior projetista da história da F1, ele focou em melhorar o fluxo de ar, diminuindo a turbulência das rodas dianteiras a fim de grudar o carro mais no chão e corrigir as saídas de frente que marcaram a temporada de 2021.
Red Bull garante que luta de 2021 com Mercedes não afetou desenvolvimento
Por outro lado, a Red Bull teve menos tempo de túnel de vento e CFD que todos os rivais na segunda metade do ano passado, uma vez que era a líder dia 30 de junho, quando a ordem foi determinada. Trata-se de uma regra que estreou em 2021 e que, casada com o teto de gastos, é uma tentativa de equalizar mais o rendimento das equipes. A partir de janeiro, o time voltou a ser o segundo com menos tempo, atrás da campeã de construtores Mercedes.
Além disso, eles também decidiram desenvolver o carro de 2021 por mais tempo que a Mercedes, embora tenham parado no último terço da temporada. Eles garantem, contudo, que este sempre foi o plano, e que o time é preparado para se dividir entre dois carros sem que isso influencie negativamente no projeto seguinte.
A preparação para a temporada 2022 não foi totalmente tranquila, depois que a Red Bull teve de repetir um dos novos testes de impacto. Mas este é o estilo Newey: ele sempre explora o regulamento ao máximo, então já havia um plano B caso o primeiro projeto não fosse resistente o suficiente. Isso, portanto, não atrasou o desenvolvimento.
Em relação ao motor, a Honda se comprometeu a dar o último passo para a homologação e cuidar da parte operacional dos motores, então não há motivos para acreditar que eles terão dificuldade nesse sentido. A unidade de potência da Honda não era a mais potente ano passado, mas era a mais consistente, perdendo muito menos rendimento que a Mercedes ao longo de sua vida útil. Resta saber se eles vão manter essa característica agora que os alemães puderam atualizar sua unidade de potência, e também após a introdução do novo combustível, com maior porcentagem vinda de fontes renováveis.
Os testes de pré-temporada começam dia 23 de fevereiro, em Barcelona, mas a Red Bull colocará o carro na pista antes para um shakedown. A primeira etapa da F1 será dia 20 de março, no Bahrein.
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