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F1: Grande incógnita do ano, Aston Martin é a primeira a mostrar carro real
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A grande incógnita do campeonato lançou seu carro para a temporada 2022 da Fórmula 1 nesta quinta-feira (10). O time de Sebastian Vettel e Lance Stroll foi a terceira equipe a fazer o lançamento, mas a primeira a mostrar o carro que efetivamente vai para a pista, depois que a Haas só mostrou imagens de uma fase anterior de desenvolvimento. E a Red Bull usou um modelo de demonstração, muito parecido com o carro conceito feito pela própria F1, admitindo que o RB18, de fato, será "bem diferente".
O AMR22 mostra uma interpretação um pouco diferente das regras em comparação com o modelo da F1 tanto na parte do bico, mais pontudo e fino, e com uma asa dianteira diferente, em que uma das lâminas não está em contato com o bico em si, mas sim com a lâmina superior. O bico é, de fato, uma das áreas com menos restrições entre o que conseguimos ver nestes lançamentos, lembrando que grande parte do foco dos engenheiros está no assoalho. Outra diferença é na carenagem ao redor da parte traseira, com um corte bastante profundo perto do assoalho. As entradas de ar também chamaram a atenção pelo formato quadrado.
A Aston Martin, ainda, foi a primeira a mostrar o carro já com o mecanismo do DRS instalado, dando uma ideia melhor do que esperar do visual da asa traseira durante as corridas. E, por fim, indicou que permanece com a suspensão em pushrod na dianteira, embora o novo regulamento abra a brecha para que os times usem uma geometria diferente.
A pintura do carro também mudou, com o verde-limão dando mais destaque ao branding da Aston Martin, e uma correção no tom de verde, tido como demasiadamente escuro na temporada passada.
Nesta sexta-feira, será a vez da McLaren lançar seu carro, e também é esperado que o time de Lando Norris e Daniel Ricciardo mostre o carro que, de fato, vai para a pista.
Time passou por mudança de comando em 2022
A Aston Martin tinha tudo para dar um salto significativo nos últimos anos, depois que o bilionário Lawrence Stroll comprou a equipe de F1, ex-Force India, e a famosa montadora britânica. Mas o carro de 2021 sofreu mais que os rivais com as mudanças de regras, e o time caiu de quarto em 2020 para oitavo ano passado.
Nos bastidores, o que parecia um time com um caminho sólido para estar entre os grandes, com Stroll recrutando engenheiros na Mercedes e Red Bull e se comprometendo com a construção de uma nova sede, que estará pronta para a temporada que vem, como adiantou o dono Lawrence Stroll no lançamento, hoje já apresenta alguns sinais dúbios.
O chefe de longa data Otmar Szafnauer saiu no começo do ano e foi substituído por Mick Krack, ex-BMW. Trata-se de um profissional com experiência no automobilismo e com uma abordagem apolítica e bem direto ao ponto, semelhante ao que deu certo para Andreas Seidl na McLaren.
A questão é que o clima interno na Aston Martin já não é da mesma empolgação de 12 meses atrás em uma equipe que perdeu outros integrantes, a maioria da parte administrativa, muito em função da maneira controladora como Stroll gerencia o time.
Se a chegada de Krack significar que ele vai se afastar um pouco do dia a dia do time, a Aston Martin se coloca em uma posição melhor de aproveitar um traço que é muito importante em tempos de teto orçamentário: a equipe baseada em Silverstone sempre foi marcada pela eficiência. E o regulamento atual, com restrições de gastos e de desenvolvimento aerodinâmico premia isso.
Entre os pilotos, Vettel terminou 2021 sem esconder o desapontamento com o time e, se a situação não mudar, pode estar começando sua última temporada pelo time ou mesmo na F1. E seu companheiro Stroll vem demonstrando evolução constante, mas ainda não é o suficiente para o time depositar nele as esperanças de grandes resultados ao longo do ano.
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