Brasil vai ter de novo corrida sprint na F1; FIA aumenta pontuação da prova

A Comissão de Fórmula 1, composta por membros da Federação Internacional de Automobilismo, da Liberty Media, que detém os direitos comerciais da categoria, e as equipes, se reuniu nesta segunda-feira (14) em Londres para discutir mudanças no regulamento e quais serão os próximos passos para melhorar o sistema de direção de prova do esporte. Era esperado que a FIA divulgasse o resultado da análise feita sobre a polêmica decisão do campeonato de 2021, mas isso só será divulgado, de acordo com a entidade, "nos próximos dias".

O que ficou acertado é a continuidade do formato sprint, que será usado em três dos 23 GPs deste ano: em Imola, na Áustria e no Brasil. Dentre os três, o GP de São Paulo é o único que já recebeu a sprint em seu ano de estreia, em 2021. As regras, contudo, foram alteradas: em vez dos três primeiros, agora os oito primeiros vão pontuar na sprint, uma corrida curta realizada no sábado para formar o grid de largada. Isso significa que o vencedor leva 8 pontos, o segundo ganha 7, e assim sucessivamente. Ou seja, a prova vale bem mais do que no ano de estreia, em que distribuía três pontos para o vencedor, dois para o segundo e um para o terceiro.

Outra mudança no formato é que o vencedor da sprint não é mais considerado o pole position para efeitos estatísticos. Mas, sim, o piloto que terminar em primeiro na classificação, disputada na sexta-feira.

A grande briga em relação às sprints, no entanto, era financeira. Apertados pelo teto de gastos, que diminuiu de 145 para 140 milhões de dólares neste ano, os times grandes queriam uma recompensa maior em caso de acidentes nas sprints. O mesmo acordo do ano passado foi mantido. Em contrapartida, ao invés das seis sprints propostas pela Liberty Media, a temporada 2022 terá apenas três, mesmo número de 2021.

Novas regras visam evitar novo fiasco em corridas na chuva

Também foram acertadas novas regras para evitar uma situação parecida com a do GP da Bélgica, quando os carros deram duas voltas atrás do Safety Car na chuva para atingirem o mínimo previsto no regulamento para que fosse possível considerar a corrida como feita e dar pontos aos pilotos. A partir de agora, para que os pilotos pontuem, é preciso que pelo menos duas voltas sejam dadas sem intervenção do Safety Car ou do Safety Car Virtual.

E a pontuação também será diferente. Antes, os pilotos levavam metade dos pontos se a corrida fosse terminada antes de 75% da duração total. Agora, há três pontuações possíveis para provas que não atingirem o total previsto.

Se menos de 25% do GP for completado, o vencedor leva apenas seis pontos e só os cinco primeiros pontuam (6, 4, 3, 2, 1). Se a prova tiver entre 25% e 50% de sua duração prevista, o vencedor leva 13 pontos e os nove primeiros pontuam (13, 10, 8, 6, 5, 4, 3, 2, 1). Por fim, se a corrida tiver entre 50% e 75% da duração prevista, os 10 primeiros pontuam e o vencedor leva 19 pontos (19, 14, 12, 9, 8, 6, 5, 3, 2, 1).

Sobre a decisão de Abu Dhabi, a FIA divulgou que ouviu nesta segunda-feira o feedback dos demais membros da comissão, os quais serão incorporados à análise do novo presidente da entidade, Mohammad ben Sulayem. O resultado desta análise, a apresentação de mudanças estruturais na direção de prova e um plano de ação serão divulgados nos próximos dias.

É esperado que as regras relacionadas ao Safety Car sejam simplificadas, e que o papel da direção de prova fique menos centralizado. Também foi colocado ano passado que a possibilidade de comunicação das equipes com a direção de prova seria restringida, assim como a transmissão das comunicações para o público.