Pontos cegos em novo carro serão desafio extra em provas de rua, diz Albon

O carro da Fórmula 1 será muito diferente neste ano por causa das novas regras que visam gerar mais disputas nas corridas. Mas um ponto preocupa os pilotos: a diminuição da visibilidade. A categoria vai passar a usar pneus maiores que os antigos, e o novo carro tem ainda pequenas asas que passam por cima dos pneus. Depois de ter a primeira experiência no carro da Williams para esta temporada, Alex Albon admitiu que isso pode ser um problema em pistas de rua.

"Tivemos o pior dia possível, com chuva e céu escuro em Silverstone, mas não foi tão ruim", disse o tailandês, referindo-se às condições de tempo do dia de filmagem que a Williams fez nesta terça-feira (15), que também serviu para o time checar os sistemas do novo carro. "Acho que será uma preocupação maior em pistas de rua. Quando a gente for para Mônaco, Baku e Jeddah, é quando isso vai se tornar uma complicação."

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Albon explicou que, em circuitos nos quais os muros não estão próximos à pista, como em Silverstone, por exemplo, o piloto tende a olhar mais adiante. Já em um circuito de rua, não há essa possibilidade, porque os muros restringem o campo de visão. Então, nestas pistas, o piloto busca a referência mais perto do pneu. Se o pneu esconde os pontos de referência, isso pode complicar a vida do piloto.

"Em pistas que ficam em um lugar aberto, dá para ver o que está mais na frente. Esses pontos cegos do pneu e da asa tiram mais a visão do que está mais perto do carro quando você está entrando na pista. Quando você está em uma pista normal, você entra na curva, olhando mais para o final dela. Enquanto em uma pista de rua não dá para fazer isso, porque não dá para ver através de um muro. Isso vai ser complicado."

Albon lembrou ainda que agora será mais difícil para os pilotos saberem onde estão em relação aos outros, já que parte da visibilidade da área mais próxima dos carros foi perdida. "Vai ser mais complicado ver onde seus pneus estão, onde sua asa dianteira está".

Mesmo antes das mudanças, os pilotos já não conseguiam ver suas asas dianteiras, então, será mais um obstáculo ao qual eles terão de se adaptar. Já a questão da menor visibilidade em pistas de rua é mais preocupante se a previsão de Albon se confirmar. Afinal, uma das pistas citadas por ele, em Jeddah, tem muros muito próximos, várias curvas cegas, e é o palco da segunda corrida do ano, o GP da Arábia Saudita. Até lá, os pilotos terão duas baterias de três dias de treinos livres e o GP de abertura da temporada, no Bahrein, dia 20 de março, para se adaptar.

Os pneus do carro de 2022 da Fórmula 1 agora serão de aro 18, enquanto os usados até o ano passado eram de aro 13. Isso representa um aumento de diâmetro de 6 centímetros. Os novos carros também têm um defletor de ar, para diminuir a turbulência gerada pelo carro. É uma pequena asa, que vem da suspensão e cobre parte dos pneus dianteiros.

Albon não é o primeiro piloto a levantar essa questão da visibilidade. Depois de andar com o carro da Aston Martin, Sebastian Vettel disse que "é impossível ver as zebras". O alemão reclamou ainda da posição dos espelhos retrovisores, que também mudou. "Era melhor quando eles estavam presos ao halo".