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FIA afasta times e membros, mas permite que pilotos russos sigam competindo

Nikita Mazepin pilota a Haas, que passou todo o ano de 2021 focando no projeto deste ano - Divulgação/Haas
Nikita Mazepin pilota a Haas, que passou todo o ano de 2021 focando no projeto deste ano Imagem: Divulgação/Haas

Colunista do UOL

01/03/2022 17h02

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Após reunião emergencial convocada para esta terça-feira (1), a Federação Internacional de Automobilismo decidiu que pilotos da Rússia e de Belarus podem continuar disputando competições da entidade. A condição é que eles sejam representados pela bandeira da própria FIA e sejam inscritos como competidores neutros. A inscrição dos pilotos tem de ser autorizada e depende que eles adotem "os princípios da FIA de paz e neutralidade política".

Com isso, o piloto russo Nikita Mazepin poderia disputar o campeonato da Fórmula 1. No entanto, sua situação não dependia somente desta decisão. Sua equipe, a Haas, avalia se é possível terminar o contrato com o patrocinador do piloto, a empresa russa UralKali. Sem o apoio financeiro, é muito difícil que ele mantenha a vaga. Outro piloto potencialmente adetado é Robert Shwartzman. Russo nascido em Israel, ele é piloto de testes da Ferrari.

Após a divulgação do resultado da reunião, a Haas informou que não fará nenhum comentário sobre sua situação no momento.

A decisão de permitir que os pilotos sigam competindo vai contra o pedido do presidente da Federação Ucraniana de Automobilismo, Leonid Kostyuchenko, que havia pedido o banimento total de russos e bielorrussos. No comunicado, o presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, disse que se solidariza com Kostyuchenko e que as decisões "seguem as recomendações do COI".

Horas antes do final da reunião, o piloto russo Daniil Kvyat se manifestou pedindo que quaisquer sanções não atingissem os competidores. "As federações esportivas deveriam ficar longe de política. Impedir que russos participem das competições é uma solução injusta e vai contra o que o esporte nos ensina como princípio: união e paz." Kvyat, único russo a conquistar pódios na F1, disse esperar "uma solução pacífica" para a guerra na Ucrânia.

F1 deve alegar "força maior" para cancelar GP russo

Em relação a equipes, eventos e até membros da própria FIA, a postura foi mais dura. Ficou decidido que nenhuma competição internacional será realizada na Rússia ou em Belarus por tempo indeterminado e foi aprovada a proposta de que o GP da Rússia seja cancelado por motivo de força maior, ou seja, sem dar o direito de compensação financeira futura. A F1 já tinha anunciado o cancelamento da prova na semana passada.

Também está vetado o uso da bandeira russa (que já não era usada devido à punição da WADA nos campeonatos internacionais da FIA, como a Fórmula 1, mas agora é algo que se estende a todas as competições da entidade), cores e hino do país. E representantes de Rússia e Belarus vão se afastar de cargos da federação.