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Lições dos primeiros testes da F1 e o contra-ataque de Mercedes e Red Bull
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Há uma semana, a Fórmula 1 começava os testes de uma temporada que tem potencial para chacoalhar a relação de forças entre as equipes, com um regulamento técnico totalmente novo. Nos três dias de atividade no Circuito da Catalunha, vimos a surpresa dos times com a volta de um desafio de décadas atrás, com os carros saltando na reta. Entre os grandes, vimos a Red Bull perder tempo de pista, e Ferrari e McLaren se comportando bem. E, no final, as duas Mercedes fizeram os melhores tempos.
Analisar a classificação final, contudo, ainda não leva a grandes conclusões. Até as próprias equipes têm dificuldade de entenderem onde estão em relação aos rivais. A Red Bull, por exemplo, tem indicativos de que a Mercedes estava mais leve quando fez os melhores tempos de Barcelona.
Por outro lado, a Ferrari ainda não buscou performance e tem tido um desempenho que chama a atenção dos rivais, embora eles mesmos tratem de tirar qualquer pressão de seus ombros. Respondendo aos comentários de Lewis Hamilton, que disse que a Ferrari deve estar "dois ou três meses" na frente em termos de desenvolvimento por ter focado mais cedo no carro de 2022, o chefe da Scuderia, Mattia Binotto, disse à TV italiana. "Tenho certeza que, quando chegarmos ao Bahrein, serão eles que estarão dois ou três meses na frente. Foi importante para nós criarmos uma boa base, mas a temporada é longa e esperamos que os outros estejam fortes na primeira corrida."
O que os rivais destacam na Ferrari é uma unidade de potência que continuou na sua linha ascendente que já vinha demonstrando ano passado. E um carro que perdeu menos que os demais nas curvas de baixa velocidade. Isso é observável pelo comportamento do carro na pista e também se manteve no cronômetro ao longo do primeiro teste, com Charles Leclerc e Carlos Sainz sempre em vantagem no terceiro setor, o mais travado da pista.
Já a McLaren é um carro que parece não dar trabalho para Daniel Ricciardo e Lando Norris pilotarem. O australiano, inclusive, parecia aliviado por se sentir bem mais confortável no carro. "Foram três dias perfeitos para a equipe, um início incrível. Definitivamente estou sentindo coisas positivas no carro e, como sempre, há áreas em que temos de trabalhar. Mas a base é boa."
O que pode mudar já para o segundo teste?
Isso quer dizer que teremos uma inversão e Ferrari e McLaren estarão na frente de Red Bull e Mercedes quando as luzes se apagarem na primeira corrida no Bahrein dia 20 de março? Os carros do teste da semana que vem no Bahrein já serão muito diferentes, com atualizações que já estavam programadas antes das atividades em Barcelona.
Sabe-se que a Mercedes levará uma atualização extensa. Do lado da Red Bull, Max Verstappen falou em "um carro completamente diferente" para o segundo teste. Já na Ferrari, Binotto avisou que o carro será praticamente o mesmo.
Outra questão é o peso. A Red Bull seria uma das equipes que estão sofrendo para se aproximar do peso mínimo do regulamento deste ano. Há uma pressão, inclusive, para que a FIA aumente em pelo menos 5kg esse número. Mudanças deste tipo, tão perto do início da temporada, só podem acontecer por decisão unânime ou se a FIA determinar que a mudança é por questão de segurança. O curioso é que o carro atual já é pelo menos 43kg mais pesado que o anterior.
O que o primeiro teste deixou claro é que o nível de confiabilidade geral é bom. Os problemas que fizeram as equipes perderem tempo de pista foram vazamentos e falhas em bombas, o que mostra como muita coisa teve de ser mudada internamente nos carros para se adaptar às novas regras aerodinâmicas.
A equipe que teve mais motivos para se preocupar foi a Alfa Romeo, que também foi o time que sofreu mais com os novos assoalhos. Resolver isso será um dos focos das equipes para a segunda bateria de testes, que será realizada já no palco da primeira corrida no Bahrein entre os dias 10 e 12 de março.
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