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5 motivos para ficar de olho na temporada da Fórmula 1 que começa domingo

Detalhe da lateral rasgada no novo carro da Red Bull para a temporada de 2022 da Fórmula 1 - Divulgação/Red Bull
Detalhe da lateral rasgada no novo carro da Red Bull para a temporada de 2022 da Fórmula 1 Imagem: Divulgação/Red Bull

Colunista do UOL

16/03/2022 04h00

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A Fórmula 1 está fazendo os últimos preparativos para a estreia de uma nova era para a categoria, com um regulamento técnico totalmente diferente em 2022. Isso está acontecendo em um momento de alta do esporte, após a temporada mais disputada de sua história, com Max Verstappen e Lewis Hamilton, Red Bull e Mercedes, lutando palmo a palmo pelo título. E as mudanças são tantas que nem dá para cravar se essa também será a grande rivalidade do campeonato, que começa neste fim de semana. Esse é um dos pontos para ficar de olho nas primeiras corridas da temporada.

Campeonato começa sem favorito

O carro da Red Bull terminou a pré-temporada como o mais rápido, mas sem que todos fizessem simulações com pouco combustível ao mesmo tempo. Ainda assim, dá para apostar que o time do atual campeão Max Verstappen vem forte, já que o comportamento do carro aparenta estar muito bom.

Já a Mercedes ainda sofria com problemas de desequilíbrio no último dia de testes, com os pilotos brigando com o carro, que quicava no solo nas retas. Para os octacampeões estarem na luta pela vitória nas primeiras etapas, será preciso evoluir em relação ao que se viu nos testes.

De qualquer maneira, espera-se um ritmo muito forte de evolução devido ao regulamento totalmente novo, então a ordem que virmos no GP do Bahrein pode mudar rapidamente. Até porque os carros ainda estão muito diferentes, como essa comparação entre a Mercedes e a Ferrari mostra.

Ferrari de volta à ponta

Outro time que vem bem é a Ferrari, que teve uma pré-temporada sem problemas e sempre andando entre os primeiros, voltando a um patamar mais semelhante ao de 2019. Isso, até porque os italianos deram mais um passo adiante com a unidade de potência, e a expectativa é de que eles tenham voltado a estar pelo menos no mesmo nível de Mercedes e Honda (que segue equipando a Red Bull).

A grande vantagem do time no momento é nas curvas de baixa velocidade, então dá para esperar um bom rendimento na estreia no Bahrein.

Promessa de mais ultrapassagens

O principal motivo para a mudança nas regras é permitir que os carros andem mais perto um do outro sem tanto efeito da turbulência, para que vejamos mais ultrapassagens. E a temporada começa em uma pista, no Bahrein, que costuma ter muitas manobras. Em 2021, foram 75, que é mais de duas vezes a média do campeonato. Depois vem o GP da Arábia Saudita, que estreou ano passado com uma corrida bem atípica.

Então os primeiros grandes testes serão na etapa da Austrália (lembrando que houve mudanças em Albert Park justamente para dar mais chances de ultrapassagens) e na travada pista de Imola.

Vai ter carro sambando na pista

Isso acontece devido a um comportamento que ganhou o apelido de golfinhada (que vem do termo porpoising, em inglês) e que tem relação com a adoção do efeito-solo. Os assoalhos acabam chegando tão perto do solo que perdem a eficiência e começam a se movimentar de uma forma que, na imagem do carro, parece que ele está dançando na reta. Isso é ruim para o rendimento do carro e também é incômodo para os pilotos.

Curiosamente, a Ferrari é um carro em que se observam essas golfinhadas, mas eles dizem não se importar muito com isso. A Mercedes já tem um caso mais sério. Dá para acabar de uma hora para a outra com as golfinhadas levantando o carro, mas isso também significa perda de performance. Por isso, várias equipes estão usando hastes para tentar limitar ao máximo o movimento do assoalho.

Visibilidade pode ser um problema

Como os pneus da F1 estão mais altos nesta temporada e o carro ganhou defletores de ar que passam por cima deles, os pilotos perderam um pouco do campo de visão, que já era comprometido pelo halo e pela posição em que eles ficam no cockpit, quase deitados. Nas pistas em que foram realizados os testes (Barcelona e Bahrein) isso não foi um problema, mas os pilotos seguem curiosos para saber primeiro como será dividir a primeira curva na largada no Bahrein e, principalmente, andar nas curvas cegas de alta velocidade do circuito da Arábia Saudita, já que a perda de visibilidade é em relação ao que está mais próximo do carro.

A temporada da F1 será mostrada pela TV Bandeirantes. A classificação para o GP do Bahrein, no sábado, e a corrida, no domingo, têm transmissão a partir das 11h30 pelo horário de Brasília.