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GP da Austrália teve mágoa de Toto com Masi e papo de Max e chefão da F1

Max Verstappen conversou com o chefão da F1 no final de semana do GP da Austrália - Mark Thompson/Getty Images/Red Bull
Max Verstappen conversou com o chefão da F1 no final de semana do GP da Austrália Imagem: Mark Thompson/Getty Images/Red Bull

Colunista do UOL

12/04/2022 13h09

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Nem parecia que a Fórmula 1 tinha deixado os fãs australianos esperando do lado de fora dos portões enquanto anunciava, há pouco mais de dois anos, que a prova no país estava cancelada por conta da pandemia, que acabara de ser declarada em março de 2020.

No maior evento esportivo da história de Melbourne, 420.000 torcedores lotaram as arquibancadas e os gramados do Albert Park. E dá para dizer que a grande maioria saiu satisfeita com o que viu. Afinal, o laranja da McLaren da torcida por Daniel Ricciardo e o vermelho dos ferraristas, muitos deles australianos de família italiana, eram as cores predominantes no circuito.

Charles Leclerc dominou a prova e as McLaren andaram o tempo todo no top 10 pela primeira vez no ano. O mais curioso dessa história é que o evento aconteceu, após dois anos de cancelamentos, com poucas pessoas usando máscara a não ser exatamente na McLaren, cujos casos de covid foram o estopim para o cancelamento da prova em 2020. Não que essa fosse a relação direta: desde que Ricciardo testou positivo antes do segundo teste da pré-temporada, todos no time têm sido mais cuidadosos.

F1 não está imune à crise no transporte de carga mundial

Não que esta festa não tenha estado ameaçada novamente, ainda que desta vez não diretamente pela pandemia. Ao receber a previsão de que parte dos equipamentos que são enviados por via marítima poderia atrasar em até uma semana, a F1 montou uma operação especial, parando a carga em Singapura e buscando-a por via aérea para garantir que tudo chegasse a tempo. Não é a primeira vez que a categoria, que passou por apuros entre os GPs do México e do Brasil, e viu a Haas perder tempo de pista nos testes do Bahrein também por um problema na logística, passa por um susto desses nos últimos meses.

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Vista aérea da largada do GP de Singapura
Imagem: Dan Istitene/Getty Images

O envio de mercadorias já estava comprometido por conta da pandemia e agora ganha outro fator complicador com a guerra da Ucrânia, então a categoria já está se movimentando para encontrar uma opção que faça mais sentido para substituir a data do GP da Rússia, que está em aberto. Trata-se de uma operação complicada porque a prova em Sochi seria a primeira de três em sequência, com Singapura e Japão nos fins de semana seguintes.

Então a tentativa agora é convencer o país do sudoeste asiático a receber duas provas. O problema é que uma prova de rua sempre atrapalha o dia-a-dia da cidade, e o GP de Singapura não é exatamente popular entre muitos locais. Para a F1, contudo, seria a melhor opção.

A reunião de Verstappen com o chefão da F1 e a bronca de Wolff com Masi

Voltando ao fim de semana da Austrália, Max Verstappen foi visto se reunindo com o CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali. Disse ele ao jornal holandês De Telegraaph que foi pedir que, se mais provas forem adicionadas no calendário, que elas não sejam de rua. "Claro que eles querem ganhar mais dinheiro e querem tornar o esporte mais popular, mas também é importante que as pistas certas fiquem no calendário e não fiquemos correndo só em circuitos de rua. Os carros não foram feitos para isso e ele disse que entende a situação".

O pedido veio depois do anúncio que Las Vegas fará parte da temporada a partir do ano que vem. Se esse realmente foi o teor da conversa, como diz o holandês, é mais uma vez que o campeão do mundo vai na contramão do que busca a Fórmula 1. Até porque ele tem optado por não dar entrevistas para o programa da Netflix que foca nos bastidores da categoria.

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Toto Wolff, chefe da Mercedes, durante entrevista coletiva
Imagem: FIA/Handout via REUTERS

Quem também revelou uma conversa, com o ex-diretor de prova Michael Masi, foi Toto Wolff. Foi um almoço na quarta-feira anterior ao GP de Abu Dhabi em que o austríaco disse que Masi deveria aprender a aceitar críticas e melhorar a partir disso, "como Lewis Hamilton faz todo dia", acrescentou o chefe da Mercedes. "Mas ele era imune a qualquer opinião e até hoje ele não acredita ter algo errado."

Masi, por sua vez, continua em silêncio após toda a polêmica da decisão do título do ano passado em Abu Dhabi, e a FIA ainda não se pronunciou sobre qual seu futuro na entidade. No relatório publicado pela entidade, uma das conclusões foi de que Masi errou nos procedimentos após o Safety Car que acabou decidindo o campeonato de pilotos, ainda que tenha agido de boa fé.

E começam as primeiras rusgas com a nova direção de prova

Não que a nova direção de prova esteja agradando 100%. As equipes veem um exagero nas convocações para os pilotos se explicarem e algumas não gostaram da decisão publicada menos de 20 minutos antes da terceira sessão de treinos livres e tomada em uma questão de horas, após a reunião de pilotos, de retirar uma das zonas de DRS. Curiosamente, uma das equipes em teoria prejudicadas por isso era a Ferrari, já que o DRS ativado ajuda a diminuir os efeitos dos quiques que alguns carros, como o da Scuderia, dão nas retas. E mesmo assim Charles Leclerc conquistou a pole position com sobras. Na corrida, o monegasco foi tão dominante que a asa móvel, diferentemente das duas primeiras etapas, não foi um fator decisivo.

A próxima etapa será na Itália e, como é sua especialidade, o chefe da Ferrari, Mattia Binotto, já tratou de baixar as expectativas. "Como é difícil validar qualquer modificação, não faz sentido para nós levar novidades à Imola". Ele se refere ao fato de a quarta etapa do campeonato ser disputada em formato sprint, o que faz com que os times só tenham um treino livre antes de decidirem o acerto para a corrida.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL