Red Bull mostra força na sprint, mas Leclerc acredita que pode dar o troco

Já dava para esperar uma sprint movimentada depois da sexta-feira complicada no circuito de Imola, na Itália, já que vários carros largavam fora de posição e a preparação dos carros tinha sido atrapalhada pela chuva. E a minicorrida de 21 voltas não desapontou, com 17 ultrapassagens fora as mudanças de posição na primeira volta. Max Verstappen largou na pole, foi ultrapassado por Charles Leclerc nos primeiros metros, e depois esperou o monegasco sofrer com os pneus para atacá-lo no final e superá-lo na penúltima volta para vencer.

Largando fora de posição, Sergio Perez e Carlos Sainz vieram fazendo fila no pelotão, e chegaram em terceiro e quarto, respectivamente.

Assim, Verstappen e Leclerc vão dividir a primeira fila novamente na corrida que tem largada às 10h da manhã deste domingo, pelo horário de Brasília. Do lado do holandês, a preocupação é a largada, já que Verstappen não entendeu por que seus pneus patinaram nos primeiros metros. A configuração de embreagem para a largada é algo que a equipe pode mexer entre a sprint e a corrida.

O mesmo não pode ser dito do acerto do carro, que provou ser o ponto fraco da Ferrari com Leclerc. As equipes tiveram apenas um treino livre no molhado antes de acertar o carro para o restante do final de semana. Geralmente, são três treinos livres, mas o fim de semana de sprint é diferente.

Pelo que vimos na minicorrida deste sábado, a Ferrari acabou sofrendo com mais desgaste que a Red Bull, algo que também foi notado por Carlos Sainz, mesmo largando em décimo e chegando em quarto. Até o fato de Perez ter cruzado a linha de chegada a menos de 2s de Leclerc mesmo tendo largado em sétimo corrobora com essa tese.

Leclerc reconheceu que talvez tenha forçado um pouco demais no início da prova (e o problema que ele teve com o pneu, chamado graining, geralmente ocorre quando a borracha é aquecida de maneira muito repentina e a pista não está tão quente, condição que deve se repetir no domingo), então pode tentar algo diferente no GP.

O líder do campeonato também lembrou que a Ferrari pode tentar explorar os outros compostos, mais duros, nos quais o graining não costuma se manifestar. Essa também é a esperança de outros pilotos que sofreram na corrida, como Fernando Alonso e Sebastian Vettel.

As Mercedes não conseguiram reagir

Quem não sofreu com os pneus, mas também não conseguiu sequer chegar nos pontos foi a Mercedes. George Russell foi 11º e Lewis Hamilton, 14º. "Não tivemos voltas suficientes para conseguir impor nosso ritmo", explicou Russell, talvez sem saber como outros pilotos conseguiram progredir mesmo com apenas 21 voltas na sprint. Mesmo tendo um ritmo de corrida melhor que os carros com os quais estava lutando, como a Aston Martin e AlphaTauri, ambos os pilotos ficaram boa parte da prova presos em um trem de DRS em que os pilotos estavam tão próximos uns dos outros que todos podiam acionar o dispositivo ao mesmo tempo. E aí a falta de velocidade de reta da Mercedes, que tem andado mais alta para minimizar os efeitos negativos do porpoising, dificultou a vida da dupla de pilotos. No domingo, se a expectativa da Mercedes de desgastar menos os pneus se confirmar, eles pelo menos terão mais voltas para que isso faça a diferença.

Ainda que a briga da Mercedes no momento seja mais para se encontrar com o carro do que pelo campeonato, o péssimo desempenho deste sábado fez com que o time perdesse o segundo lugar entre os construtores. A Ferrari segue na ponta de ambas as tabelas, inclusive com Sainz voltando ao segundo lugar atrás do companheiro Leclerc.

Para jogar um elemento a mais nesse caldeirão de incertezas para o GP da Emilia Romagna, existe a possibilidade de chuva para a corrida, ainda que o tempo esteja bastante instável na região de Imola nos últimos dias. Também há a expectativa de que as temperaturas caiam um pouco, o que já altera a condição dos pneus.