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Se a Austrália foi o sonho de Leclerc, Verstappen comandou o GP em Imola

Max Verstappen abriu vantagem na liderança do GP da Emilia-Romagna desde o início da prova - Clive Mason/Getty Images
Max Verstappen abriu vantagem na liderança do GP da Emilia-Romagna desde o início da prova Imagem: Clive Mason/Getty Images

Colunista do UOL

24/04/2022 15h24

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Se o GP da Austrália foi uma corrida dos sonhos para a Ferrari, a história mudou na quarta etapa do campeonato, em Imola, na Itália. A Red Bull entendeu melhor as condições de pista complicadas por todo o final de semana por conta do tempo, teve mais ritmo, e conquistou a dobradinha. Mais do que isso: Max Verstappen conquistou todos os 34 pontos à disposição neste fim de semana, já que se tratava de uma sprint, e recuperou parte da pontuação perdida por conta de dois abandonos nas três primeiras provas. Assim, o holandês saiu de Imola em segundo no campeonato, a 27 pontos do líder Charles Leclerc.

O monegasco saiu muito decepcionado consigo mesmo de Imola. Ele disse saber que a Ferrari não era tão rápida quanto a Red Bull neste fim de semana, mas acreditou que poderia ter uma chance de ultrapassar o companheiro de Verstappen, Sergio Perez, que era o segundo colocado, e resolveu forçar, a menos de 10 voltas para o final. Sua tentativa era de estar o mais próximo possível no único ponto real de ultrapassagem, na curva 2. "Ataquei a zebra de um jeito que não fiz anteriormente, o carro se comportou de outra forma e rodei. Foi um erro meu", explicou Leclerc. "Fui brigar por um segundo lugar e acabei em sexto."

De fato, a Ferrari sofreu no fim de semana em Imola de um mal que vinha sendo sua grande vantagem nas três primeiras corridas do ano: o desgaste de pneus, que desta vez foi maior do que o da Red Bull tanto na sprint no sábado, quanto no domingo. Não foi um fim de semana fácil para se acertar o carro, já que os times tiveram apenas um treino livre de uma hora para tentarem entender qual seria a melhor configuração para a classificação da sprint, que foi sob chuva, a minicorrida do sábado, com temperaturas mais altas, e a corrida no domingo, que começou com pista molhada e que teve pista úmida no final.

Diferentemente do que havia acontecido em Melbourne, quando a grande diferença entre a Ferrari, que venceu com Leclerc, e a Red Bull, que não chegou perto com Verstappen, ocorreu muito em função do acerto ruim escolhido pelo time anglo-austríaco, o GP da Emilia Romagna foi o contrário.

Também é verdade que a Red Bull levou a Imola algumas novidades para seu carro, enquanto a Ferrari optou por não arriscar atualizar o equipamento em um fim de semana tão difícil por conta do formato diferente.

O fato é que os dois carros têm estado muito próximos em termos de desempenho, então atualizações e acertos melhores dependendo de cada pista fazem bastante diferença.

Do lado da Red Bull, é uma boa notícia que ambos os carros tenham cruzado a linha de chegada - ainda mais com uma dobradinha, o que não acontecia desde 2016 - depois dos problemas de confiabilidade ligados ao combustível que tiraram pontos da equipe em duas das três primeiras corridas do ano. Eles tinham sido diferentes e o segundo, que gerou o abandono de Verstappen na Austrália, era algo bastante simples, então isso não chega a surpreender, mas o time sabe que precisa manter essa toada para estarem vivos na disputa pelo campeonato.

O pódio do GP da Emilia Romagna foi completado por Lando Norris, contente com sua performance ao longo de um fim de semana tão difícil. "Eu tenho tomado boas decisões e a equipe também. É claro que em ritmo puro não estaríamos nessa posição, outros ficaram pelo caminho, mas também se tivéssemos largado mais atrás poderíamos estar no lugar deles.". A McLaren começou muito mal o ano muito em função dos problemas nos freios e nas curvas de baixa velocidade, mas agora está se encontrando e os resultados do inglês estão refletindo isso: um sétimo, quinto e terceiro lugares nas últimas três corridas.

Para colocar ainda mais pimenta no campeonato, a próxima etapa será em Miami, em um circuito urbano que faz sua estreia na Fórmula 1, em que se espera condições climáticas completamente diferentes, com sol e calor. A prova será em duas semanas.