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Como a McLaren foi da quase lanterna na estreia ao pódio em quatro corridas

Mecânicos da McLaren comemoram o terceiro lugar de Lando Norris no GP da Emilia Romagna - Steven Tee/McLaren
Mecânicos da McLaren comemoram o terceiro lugar de Lando Norris no GP da Emilia Romagna Imagem: Steven Tee/McLaren

Colunista do UOL

28/04/2022 04h00

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Quem vê os membros da McLaren com o sorriso aberto, comemorando o terceiro lugar no GP da Emilia Romagna cantando a música Whole Again, sucesso de 20 anos atrás da girl band Atomic Kitten e voltou à moda na Inglaterra como um dos hinos dos torcedores ingleses de futebol não acredita que o time estava passando por uma péssima fase pouco mais de um mês atrás, quando a temporada da Fórmula 1 começou.

O carro deu bons sinais na primeira metade da pré-temporada, em Barcelona, mas o segundo teste, no Bahrein, foi marcado por problemas nos freios. Com pouco tempo de pista, a McLaren não chegou à primeira etapa, também no Bahrein, bem preparada, e ficou o tempo todo na parte final do grid, fechando o GP de abertura longe dos pontos.

Além dos problemas na refrigeração dos freios, a McLaren percebeu no Bahrein que o carro não se comportava tão bem em curvas de baixa e média velocidades, muito presentes na pista de Sakhir.

As três provas seguintes, Arábia Saudita, Austrália e Emilia Romagna, seriam disputadas em pistas menos travadas, e os problemas nos freios logo ficaram para trás. Então já era de se esperar um crescimento. Mas os 18 pontos conquistados em Melbourne e 22 de Imola, incluindo o pódio com Lando Norris, superaram até as expectativas do time inglês.

"No final das contas foi apenas um desempenho muito bom por toda a equipe ", disse o chefe do time, Andreas Seidl. "Temos sido competitivos em todas as condições. Não importa o desenho da pista, o tempo ou os pneus. O MCL36 é um bom carro em geral. E ainda temos algumas peças novas chegando. Há um plano claro para as próximas semanas e meses."

Em que pese a empolgação de Seidl, este início de temporada com carros muito novos têm mostrado a importância de se executar bem os finais de semana de corrida, além de manter-se na pista para lucrar de eventuais problemas dos rivais.

A corrida de Imola foi um bom exemplo disso. "Antes do fim de semana teríamos ficado satisfeitos com um lugar entre os dez primeiros. Mas na corrida tudo correu perfeitamente. Na verdade, eu estava ótimo com o quarto lugar feliz Então, de repente, bandeiras amarelas foram acenadas na minha frente", disse Norris, referindo-se à rodada de Charles Leclerc, que era terceiro. Sua posição no pódio teve muito a ver com esse lance e com o abandono da outra Ferrari, de Carlos Sainz, justamente após um toque com seu companheiro de equipe, Daniel Ricciardo.

O australiano foi um dos pilotos que largaram do lado menos emborrachado da pista, perdendo terreno nos primeiros metros. Com o toque, ele teve danos no seu difusor e terminou só em 18º. Mas na sprint, no sábado, as McLaren ficaram com o quinto e sexto lugares.

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Lando Norris e Daniel Ricciardo, da McLaren, durante o GP da Austrália
Imagem: Mark Sutton/McLaren

Mas isso quer dizer que o time, agora, pode ser considerado a terceira força do campeonato? Duas semanas antes, na Austrália, eles foram quinto e sexto, contando com os abandonos de Max Verstappen e Sainz, mas atrás das duas Mercedes. E na Arábia Saudita também foram superados pela Alpine de Esteban Ocon (cujo companheiro, Fernando Alonso, vinha andando bem quando abandonou).

Em Imola, a Alpine sofreu muito com os pneus macios na sprint, e Ocon ficou preso no mesmo bolo de pilotos que Lewis Hamilton, fora dos pontos. O inglês estava largando mais atrás do que a Mercedes poderia em termos de ritmo por conta de problemas de aquecimento de pneus na classificação, mas ainda assim seu companheiro George Russell, um dos que largaram do lado emborrachado, pulou nos primeiros metros de 11º para sexto.

Russell teria pista livre a partir da 12ª volta, andando logo atrás de Norris, mas sem conseguir se aproximar. Isso indicaria que a McLaren, de fato, teve um ritmo superior até em relação à Mercedes em Imola, mas há um porém. George reportou que teve um carro muito difícil de pilotar por toda a prova, com o acerto muito dianteiro, enquanto Norris estava mais confortável com seu equipamento.

De qualquer maneira, isso não tira os méritos da McLaren, que até o momento vem preferindo explorar o máximo do carro que tem em mãos antes de fazer atualizações significativas. Elas devem começar a chegar na sexta etapa, na Espanha, na segunda metade de maio. A próxima prova será em Miami, em circuito que estreia neste ano, dia 8 de maio.

Por outro lado, mesmo com o crescimento, a McLaren segue descontente com os motores Mercedes. Isso porque eles são o time que tem mais dificuldade na integração da unidade de potência de 2022 com seu carro entre os clientes dos alemães. E a partir de agora as atualizações do motor estão congeladas até o final de 2025. Isso pode limitar o desenvolvimento do carro atual ou obrigar o time a fazer mudanças importantes pensando nas próximas temporadas.