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Marina falsa e clima de Super Bowl: Miami não vai ser um GP como os outros
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A Fórmula 1 faz neste final de semana a aguardada estreia em Miami com a expectativa de ter um clima de Super Bowl na prova que será disputada em um circuito urbano nos arredores do estádio do time da NFL Miami Dolphins. A prova foi a prioridade da Liberty Media desde que os norte-americanos assumiram o controle da F1 em 2017 e demorou anos para se tornar realidade. Agora, a aposta é de que o evento seja rapidamente um dos destaques do calendário.
"Vai ser fantástico. Estou na F1 faz seis anos e nunca vi uma demanda e tanto barulho por um GP como estou vendo em Miami", disse o norte-americano Zak Brown, CEO da McLaren. "Nós podemos facilmente dobrar nosso número de convidados e nós já somos, de longe, a equipe que comprou mais ingressos para convidados em Miami. O clima está como em época de Super Bowl, com todo mundo perguntando 'você vai para a corrida de Miami?'. Nunca vi nada assim na F1".
A McLaren terá nada menos que mil convidados, incluindo celebridades, e é uma das equipes que inclusive está lançando uma linha de merchandise especialmente para o evento. Alpine, Williams e a própria Fórmula 1 também têm produtos especiais para a prova.
A primeira remessa de ingressos acabou rapidamente meses atrás, antes mesmo da realização do GP dos Estados Unidos do ano passado, que inclusive bateu o recorde de público da história da categoria, com mais de 400 mil pessoas passando pelos três dias de evento em Austin.
Ação na pista será um detalhe para muitos
Enquanto a corrida do Texas, que está no calendário desde 2012 e permanecerá pelo menos até o final de 2025, aposta em um clima de festival de música, sempre levando atrações de peso, Miami foca na vocação festeira da cidade. São vários eventos acontecendo em paralelo à corrida, com algumas festas mais exclusivas com ingressos acima dos 3 mil dólares. No circuito, haverá até uma marina falsa, em que barcos ficarão em cima de deques de madeira, com um piso em volta criando a ilusão de que estão flutuando.
A corrida também oferece alguns tipos diferentes de ingressos, como o que dá acesso ao Campus, algumas áreas do estádio e ao Beach Club, onde DJs famosos vão se apresentar ao longo dos três dias, mas não a arquibancadas. O ingresso custa 500 dólares (pouco menos de 2.500 reais) apenas para o domingo e, dentro do Beach Club, chega a 2000 dólares (quase 10.000 reais). É um jeito de atrair um público que está mais interessado no evento em si do que no que acontece na pista, mas que pode ser fidelizado no futuro. Haverá, inclusive, uma festa com ingressos a 100 dólares na quarta-feira dentro do Campus, cuja atração principal é o DJ Kygo. Comparando com os preços do GP de São Paulo, o ingresso para esta festa de quarta-feira, dia em que não há nenhuma ação na pista, tem valor semelhante à meia-entrada para os três dias de evento na segunda arquibancada mais barata disponível, em Interlagos, o Setor A.
É por essas e outras que Miami está ganhando essa fama de "um evento em que todo mundo quer estar". As equipes e a própria Fórmula 1 estão atolados de pedidos de passes VIP. LeBron James, Tom Brady, Michael Jordan, David Beckham, Pharrell e as irmãs Williams estão entre os nomes pré-confirmados.
Correr em Miami era uma prioridade antiga da Liberty Media, que via na cidade o lugar perfeito para realizar um evento que atrai fãs e também turistas que querem aproveitar o local. Eles chamam esse tipo de evento de "destination GPs", algo que pode ser traduzido como GPs turísticos.
A F1 encontrou muita resistência inclusive de moradores da cidade enquanto buscava uma área para colocar a pista, e até mesmo depois que foi decidido que o GP seria em Miami Gardens nas proximidades do Hard Rock Stadium, 36 traçados diferentes foram propostos até se chegar ao desenho final.
A pista deve ser de média a alta velocidade e há a possibilidade de haver três zonas de DRS no traçado.
Se tudo o que vem sendo dito sobre o evento de Miami se concretizar, a missão de Las Vegas de superar a empolgação com esse GP será difícil. A prova vai estrear ano que vem no calendário da Fórmula 1, que passará a ter três GPs nos Estados Unidos. "Agora com Vegas no calendário, o esporte está mais saudável do que nunca. As empresas americanas estão começando a nos apoiar, mas acho que ainda temos um longo caminho pela frente", explicou Brown.
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