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GP de Miami virou evento badalado, mas também é ferramenta de inclusão
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Na estreia da Fórmula 1 em Miami, um item na longa lista de eventos programados chamava a atenção: um passeio no pitlane, onde ficam os boxes das equipes, dedicado a membros da comunidade local. Não é corriqueiro para a categoria levar as pessoas que moram no entorno dos circuitos para dentro de uma área geralmente restrita a convidados ou torcedores dispostos a pagar alguns milhares de reais em ingressos.
Mas quem mora ao redor do Hard Rock Stadium está mais acostumado a ter experiências como esta. Quando o estádio é usado para os jogos do Miami Dolphins no futebol americano ou para o ATP de Miami de tênis, os organizadores sempre buscam integrar a comunidade local.
No caso da região do circuito, localizado em Miami Gardens, ou seja, fora do município de Miami, isso significa integrar principalmente uma população latina e negra, formada em grande quantidade (quase 40%) de cubanos e suas famílias. Então não foi surpresa ouvir os pedidos dos comerciantes, donos de restaurantes locais e muitas crianças, que ganharam a oportunidade de fazer o passeio no pitlane nesta quinta-feira, por uma aparição do único piloto negro do grid, Lewis Hamilton. "Chama o Lewis!" era o pedido que mais se ouvia enquanto os olhos curiosos buscavam entender o que acontecia dentro das garagens das equipes, onde as equipes finalizavam a montagem dos carros para os treinos livres que começam nesta sexta-feira a partir das 15h30 pelo horário de Brasília.
Hamilton estava em outra parte da pista, inclusive encontrando-se com Willy T. Ribbs, primeiro negro a testar um carro de Fórmula 1 ainda nos anos 1980. Depois, a previsão era de que ele fosse ao encontro dos membros da comunidade local, para uma conversa sobre a importância da diversidade no esporte. O encontro também visava explicar aos locais os detalhes de um esporte que até mesmos os membros da organização em Miami reconhecem não entender muito bem.
A integração com a comunidade não para por aí. Dentre as opções de comida disponíveis para os torcedores, estão 14 estabelecimentos locais, cujos donos vêm de minorias. O F1 in Schools (F1 nas escolas, que incentiva alunos a construírem carros de corrida), também foi lançado em Miami neste fim de semana e o GP se comprometeu a dar pelo menos 10 bolsas por ano em universidades locais, para quem se inscrever no projeto.
Muito se fala sobre como o GP de Miami se tornou uma grande festa exclusiva, com ingressos disputados e a preços exorbitantes, sendo vendidos a mais de 100 mil reais no mercado paralelo nos últimos dias. Tudo isso é verdade. Mas também há uma preocupação dos organizadores de fazer do evento um sucesso a longo prazo. Miami assinou com a Fórmula 1 por 10 temporadas e não há receita melhor para fidelizar um novo público do que incluí-lo.
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