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Teto de gastos da F1 faz a Ferrari ficar de olho nas novidades da Red Bull

O italiano Mattia Binotto, chefe da Ferrari, durante os testes pré-temporada no Bahrein - Ferrari
O italiano Mattia Binotto, chefe da Ferrari, durante os testes pré-temporada no Bahrein Imagem: Ferrari

Colunista do UOL

12/05/2022 04h00

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A Ferrari prepara a primeira grande atualização de seu carro para a próxima corrida, o GP da Espanha. Desde o lançamento do SF-75, só pequenos detalhes foram alterados: uma asa de baixa pressão aerodinâmica para circuitos com mais retas e uma revisão no difusor. Enquanto isso, a rival dos líderes do campeonato, a Red Bull, fez uma grande atualização durante os testes e trouxe novidades para três das cinco provas disputadas até aqui. Isso faz com que o chefe ferrarista, Mattia Binotto, comece a fazer as contas. Afinal, com o teto de gastos limitando o orçamento das equipes a 140 milhões de dólares, por quanto tempo eles vão manter esse ritmo?

Perguntado se a Ferrari planeja começar a levar novidades para a maioria das corridas, a exemplo da Red Bull, Binotto alfinetou. "Nós não temos tanto dinheiro para gastar em novidades em todas as corridas. É simples assim. Não é porque não podemos, mas devido ao teto de gastos. Então precisamos focar nosso desenvolvimento nos momentos que acreditamos serem os certos e gastar da maneira correta."

Não demorou para a imprensa italiana começar a especular sobre o orçamento da Red Bull. Os salários dos pilotos e dos três membros mais bem pagos da equipe não entram nos 140 milhões de dólares, mas tudo o que envolve a operação e o desenvolvimento do carro, sim. E a conta também inclui alguns itens cujo valor está pressionado por consequências da guerra na Ucrânia a da pandemia, como o transporte de carga.

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Max Verstappen, da Red Bull, durante GP de Miami de Fórmula 1
Imagem: Clive Mason - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Assim, de acordo com Guenther Steiner, um time de ponta gasta, em média, 10 milhões de dólares por ano em pesquisa e desenvolvimento de novas peças (que são os primeiros passos, antes da manufatura das peças para colocá-las na pista). E a Red Bull teria gasto já 75% disso, o que não é confirmado pela equipe. O que a Ferrari sabe é que seus rivais gastaram mais até o momento.

"Nós fazemos o monitoramento das novidades que a Red Bull traz todo GP e sabemos o quanto eles já mudaram o carro. Dá para fazer uma estimativa e, de momento, eles definitivamente gastaram mais do que nós e uma hora terão que parar de gastar", avalia Binotto.

Agora é a hora da Ferrari trazer atualizações

Dentro desse contexto, Binotto não se preocupa com a vantagem que a Red Bull demonstrou ter em Miami, no último final de semana, quando Max Verstappen só não venceu com mais tranquilidade devido a um Safety Car no final da prova. "É verdade que eles estão uns dois décimos na nossa frente, mas também não podemos esquecer que fechamos a primeira fila no grid. A diferença não é enorme. Se há alguma preocupação, é a maneira como eles estão desenvolvendo o carro em relação ao teto de gastos. Certamente isso é uma preocupação para eles, porque uma hora eles vão ter de parar."

Também é fato que o teto não é a única preocupação da Ferrari na hora de trazer novidades para seu carro. Eles observam o movimento que gera os quiques do carro no solo, embora até aqui não tenham que comprometer o acerto do carro, diferentemente do que acontece com a Mercedes (que observa o fenômeno começando em velocidades mais baixas, ou seja, no meio das curvas). Como é impossível reproduzir esses quiques na fábrica, os ferraristas temem que as novidades agravem o problema. Por isso, o time vai realizar um dia de filmagem (que, na prática, serve como um teste privado, ainda que haja restrições regulamentares) nesta sexta-feira em Monza, já com as novidades que devem estrear na próxima prova, em Barcelona, dia 22 de maio.