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Após acidentes fortes e 29 GPs sem pontos, Mick Schumacher está sob pressão

Carro de Mick Schumacher partido ao meio após acidente no GP de Mônaco  - Reprodução/F1TV
Carro de Mick Schumacher partido ao meio após acidente no GP de Mônaco Imagem: Reprodução/F1TV

Colunista do UOL

02/06/2022 04h00

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A segunda temporada na Fórmula 1 não tem sido fácil para Mick Schumacher. Se em seu ano de estreia o alemão tinha o fraco Nikita Mazepin como companheiro, o que tornava difícil mensurar seu rendimento, agora o piloto de 23 anos tem Kevin Magnussen obtendo resultados mais fortes para a Haas. Para piorar, ele não tem conseguido se livrar dos acidentes, que também marcaram sua primeira temporada. A equipe norte-americana não está contente com seu trabalho, e Mick já começa a sondar outras equipes para tentar se garantir na categoria no ano que vem.

No último domingo, em Mônaco, o filho do heptacampeão Michael Schumacher sofreu seu segundo grande acidente da temporada. Ele saiu bem do carro, e lamentou a batida, que aconteceu quando a pista ainda estava secando e os pilotos estavam trocando os pneus de chuva pelos de pista seca.

"Obviamente, é desapontador. Acho que estamos bem em termos de ritmo, é só uma questão de manter o carro na pista, e infelizmente não consegui fazer isso. Acabei saindo do trilho, acho que foi uma questão de 10 centímetros, e isso foi suficiente para perder toda a aderência que eu pensava que tinha. E infelizmente esse foi o resultado."

O também alemão Sebastian Vettel, que se tornou uma espécie de conselheiro de Schumacher, pediu à imprensa que aliviasse a pressão sobre o campeão da Fórmula 2 de 2020. "Não há dúvidas de que ele é capaz de fazer muito mais do que está mostrando no momento. Mas acho que vocês deveriam dar um refresco para ele."

Mas mesmo o chefe de Schumacher, Guenther Steiner, não esconde sua decepção. "Não é satisfatório ter um acidente de grandes proporções outra vez. Precisamos ver como seguimos adiante daqui para frente."

Isso porque, além de ainda estar atrás de seus primeiros pontos na Fórmula 1, Schumacher sofre acidentes que custam caro para a equipe. Na classificação do GP da Arábia Saudita, ele teve uma batida que gerou um prejuízo calculado em um milhão de dólares pela equipe. E a conta de Mônaco não deve ser muito diferente.

A Haas é uma equipe que compra muitas peças prontas da Ferrari e de outros fornecedores. O problema é que, neste ano, como o regulamento é totalmente novo, não é possível usar equipamentos já comprados ano passado. Isso faz com que, embora o time esteja em uma situação relativamente tranquila em relação ao teto orçamentário de 140 milhões de dólares, possa começar a ter dificuldades de fechar as contas caso os acidentes se acumulem.

A Haas tem 15 pontos no campeonato, todos eles conquistados por Magnussen. Com isso, está em oitavo lugar, a dois pontos da AlphaTauri. Schumacher já poderia ter conquistado um ou dois pontos, mas teve um toque com o próprio Vettel nas últimas voltas do GP de Miami e jogou fora a oportunidade.

Fora dos microfones, Steiner já admite que substituiria Schumacher se pudesse. Mas a presença do alemão é determinada pela Ferrari, parceira da Haas e com a qual ele tem contrato.

Já prevendo que o acordo com o time italiano não será renovado ao final deste ano, a empresária de Mick, Sabine Kehm, admite que o cenário não é dos melhores e já começa a se movimentar nos bastidores. Uma possibilidade para Schumacher pode ser inclusive a vaga de Vettel, se o alemão decidir se aposentar ao final desta temporada.