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O campeonato à moda antiga da F1 2022 tem outro capítulo dramático em Baku
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Quando a Fórmula 1 decidiu mudar totalmente o regulamento técnico, trazendo de volta o conceito do efeito-solo, a ideia era melhorar a qualidade das corridas, permitindo que os pilotos ficassem mais próximos uns dos outros para disputar na pista. Mas este primeiro terço da temporada 2022 está trazendo de volta outra característica que gerou muita emoção em campeonatos de mais de 30 anos atrás: as quebras.
Das oito provas disputadas até aqui, quatro tiveram pelo menos um abandono por quebras dos pilotos de Red Bull ou Ferrari. O ano começou com Max Verstappen chamando a atenção de sua equipe e dizendo que seria impossível pensar em título depois que o holandês teve dois abandonos nas três primeiras provas e viu o rival Charles Leclerc abrir 46 pontos na liderança. Mas não demorou para o jogo virar: nas últimas três corridas, o motor da Ferrari deixou Leclerc na mão enquanto ele estava na liderança em duas oportunidades, e Verstappen agora lidera com 21 pontos de vantagem para o companheiro Sergio Perez, com o monegasco apenas em terceiro, 34 pontos atrás.
Leclerc pode estar perto de punição
A última destas oportunidades perdidas pela Ferrari foi neste domingo em Baku. Leclerc liderava, tendo economizado tempo em sua parada por ter trocado os pneus sob Safety Car virtual, quando teve uma quebra na sua unidade de potência. A Ferrari ainda não identificou o que exatamente falhou, mas Leclerc vem de outra quebra, no turbo, no GP da Espanha. Por conta disso, ele já estava usando o último turbocompressor ao qual tem direito antes de começar a sofrer punições de perda de posições no grid a cada nova troca.
Por essas e outras já dá para dizer que o prejuízo de Leclerc já é maior que o de Verstappen, até porque ele também perdeu pontos (possivelmente, uma vitória) por uma estratégia atrapalhada da Ferrari em Mônaco. Na Espanha, ele provavelmente venceria. Neste domingo, seria uma corrida bem mais difícil para ele.
As duas Ferrari renderam muito menos que as Red Bull nas primeiras voltas da corrida com os pneus médios. Sergio Perez tomou a ponta logo nos primeiros metros e Verstappen claramente tinha mais ritmo que Leclerc, atacando-o na parte inicial da prova. A Ferrari sabia que precisava se livrar daquele composto, e acabou tendo uma chance na volta 10 por conta da quebra do companheiro de Leclerc, Carlos Sainz. Segundo a equipe, o ocorrido com o espanhol é um problema hidráulico e não tem relação com a quebra de motor do outro carro da Scuderia.
A Red Bull optou por deixar ambos os carros na pista, e acabamos não sabendo se o ritmo de Perez e Verstappen seria superior também com o composto duro porque eles fizeram sua troca logo antes da quebra de Leclerc. Porém, Verstappen já saiu do box andando na casa de 1min47, mais veloz do que o monegasco vinha conseguindo fazer.
Mas a grande diferença entre as quebras da Red Bull no começo do ano e da Ferrari agora é que os problemas de Verstappen não tinham relação um com o outro e eram de fácil solução. Eram claramente problemas gerados por um projeto ainda verde. Na Scuderia, o chefe Mattia Binotto reconhece que existe uma preocupação justamente com o único fator se manteve estável em relação ao regulamento passado, a unidade de potência.
Não que Verstappen tenha tido um fim de semana sem problemas. Na verdade, em quase todas as provas há algum tipo de drama no box da Red Bull, e em Baku foram as asas traseiras que deram dor de cabeça na sexta-feira. A questão é que, a partir da quarta corrida, quando começou sua virada impressionante, estes problemas já não custam tantos pontos quanto para seu rival.
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