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Bastidores da F1 têm tensão por acidente e Brawn GP indo parar em Hollywood
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Teve um pouco de tudo na décima etapa do campeonato da Fórmula 1: do recorde de público às imagens impressionantes do acidente de Guanyu Zhou. De uma batalha incrível entre três pilotos com carros diferentes as voltas finais e a coroação de um novo vencedor na categoria a um protesto com direito a invasão da pista. Tudo misturado com a receita da Liberty Media de apostar em um evento badalado. A cada etapa aparece uma surpresa nova e, desta vez, era Keanu Reeves que foi visitar a categoria porque está fazendo um documentário sobre a Brawn GP.
Mas vamos por partes. A festa estava preparada, com o grid apinhado de celebridades. Do rapper Stormzy, convidado de Lewis Hamilton, ao jogador do Liverpool Virgil van Dijk, convidado de Max Verstappen, além da grande estrela que roubou o show do domingo, Tom Cruise. O ator decidiu aparecer na F1 no dia de seu aniversário de 60 anos e vivendo um grande momento na carreira, em mais uma prova do grande momento da categoria.
O clima de festa não durou muito, depois que Guanyu Zhou foi tocado por George Russell e capotou várias vezes, indo parar entre a barreira de pneus e o alambrado. Não demorou para a informação de que o chinês tinha saído do carro bem surgir no paddock por meio de sua assessora pessoal, mas o replay do acidente ainda demoraria vários minutos. O protocolo da F1 é só mostrar replays depois da confirmação de que o piloto não corre risco, e isso gerou tensão no paddock até que chegou a informação de que, na verdade, era um protesto que estava sendo contido.
A polícia local já tinha informações não só de que haveria um protesto, mas também de que o plano era invadir a pista. Diante do perigo que isso poderia representar, as autoridades pediram que houvesse uma negociação para uma manifestação mais segura, sem sucesso.
Demorou para a corrida ser reiniciada e também para o carro da Alfa Romeo ser recuperado, por um simples motivo: não havia como alçá-lo, com o santantônio todo destruído. Quando o carro chegou no paddock, os mecânicos da equipe tentaram, sem sucesso, ajudar os experientes fiscais de Silverstone. A cada movimento que o guincho tentava fazer, ouvia-se o barulho de peças se retorcendo. O carro acabou sendo deixado, curiosamente, ao lado da entrada da garagem dos VIPs.
A corrida ainda teria vários momentos dramáticos até a coroação de Carlos Sainz, que conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1 em sua 150ª tentativa. Tempo suficiente para o espanhol, conhecido por ser estudioso e trabalhador, ganhar muito respeito dentro do paddock. E isso ficou bastante claro pela maneira como seus pares o cumprimentaram após a prova.
Qual a ligação entre Keanu Reeves e a Brawn GP?
Essa foi outra história de um fim de semana de momentos improváveis. Tudo começou quando um conhecido contou a Reeves a história do time que surgiu em 2009 para vencer o campeonato e depois ser vendido para a Mercedes. Ele trabalhava na equipe que Ross Brawn comprou por uma libra (equivalente hoje a 6,45 reais, mas que valia ainda menos na época) da Honda depois que os japoneses decidiram deixar a F1 no meio da crise econômica mundial de 2008.
Brawn, que era diretor técnico da Honda, comprou a equipe sabendo que tinha encontrado uma brecha nas regras de 2009, bem diferentes em relação ao ano anterior, em que a Honda tinha ficado em nono lugar. E o resto é história: quando o carro foi para a pista na pré-temporada, ficou claro que seria aquele a ser batido. No único ano de sua história, a Brawn venceu o campeonato e viu Jenson Button conquistar o título entre os pilotos.
Pois, bem. A história chegou aos ouvidos de Reeves e ele decidiu levar isso a um documentário do qual será o apresentador. O canadense aproveitou para bater um papo com Ross, que inclusive está fazendo uma de suas últimas corridas no comando da parte técnica da F1.
Caminho de entrada de Porsche e Audi (e retorno da Honda) está aberto
Mas também foi uma prova que mostrou o lado B desta temporada, recheada de disputas de poder nos bastidores. As regras de motores de 2026 estão prontas, mas a FIA fez a opção de anunciá-las só nos próximos dias. Pode parecer muito longe, mas é um passo importante para acelerar o processo de entrada da Porsche e principalmente Audi, que ainda não tem com tanta clareza seu caminho. A demora para se chegar a um acordo para regras que já estavam sendo finalizadas em outubro do ano passado não agradou nada aos alemães, então é bom que tudo esteja escrito finalmente.
Falando em Porsche, sabe-se que os alemães entrariam na F1 com uma parceria com a Red Bull Powertrains, e dentro dessa negociação surgiu um desenvolvimento interessante. A Honda voltaria a dar o nome aos motores da Red Bull, em uma negociação que serve para os dois lados: os japoneses voltam a ter publicidade, dando nome aos motores que, na verdade, são deles mesmos, e a equipe se certifica de que terá acesso às regalias de nova fornecedora de motores, o que foi o grande ponto de discussão do regulamento das unidades de potência de 2026 nos últimos meses.
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