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Vettel irritado e equipes economizando: os bastidores da F1 na Áustria
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O GP da Áustria foi marcado pela primeira vitória de Charles Leclerc em três meses. Mas o final de semana não foi tão positivo para todos. De Sebastian Vettel, que saiu da reunião de pilotos inconformado com as voltas em círculo que o esporte dá, a torcedores incomodados com comportamentos sexistas, racistas e homofóbicos de parte da torcida.
Vettel recebeu uma multa com efeito suspensivo de 25 mil euros (o equivalente a mais de 130 mil reais) por ter saído da reunião entre os pilotos e a direção de prova antes do final. O alemão se irritou quando Fernando Alonso começou mais um de seus monólogos sobre as decisões da direção de prova. Ainda irritado com uma punição que recebeu no GP do Canadá, ele questionava por que Charles Leclerc tinha escapado impune por ter, na visão dele, mudado de direção três vezes na reta. Afinal, foi por isso que o espanhol perdeu 5s na prova de Montreal.
A situação escalou a ponto de Vettel, que é presidente da associação dos pilotos, se irritar com a constante volta aos mesmos temas e sair, expressando sua insatisfação. Isso foi na sexta-feira à noite. No sábado de manhã, ele foi conversar com o diretor de prova, no que julgou ser um papo construtivo. Pediu desculpas e, por isso, a multa não foi aplicada.
A insatisfação não é só deles. Já na quinta-feira outros pilotos diziam que queriam encontrar explicações para a permissividade dos comissários no GP da Grã-Bretanha. O próprio Lewis Hamilton, que estava na disputa das voltas finais, questionou o fato de Sergio Perez ter cortado uma curva sem receber qualquer tipo de punição.
Neste domingo, a insatisfação renasceu mais ainda pela sequência de punições devido aos limites de pista. Tão logo a corrida acabou, os pilotos começararm a reclamar do número de repreensões. Foram pelo menos quatro durante a corrida, o que mostra que a F1 foi um pouco longe demais. Sempre lembrando que é preciso levar quatro avisos de limites de pista para levar uma punição.
O inglês, inclusive, teve um final de semana que classificou como "horroroso", com direito a ver uma batida sua na classificação ser comemorada pelos torcedores holandeses, o carro sendo remendado, em um trabalho de seis horas dos mecânicos da Mercedes para dividir o único assoalho reserva que eles tinham para os dois carros, já que George Russell também bateu na sexta-feira. Na corrida, eles foram terceiro e quarto, mas ainda assim estiveram mais longe de Ferrari e Red Bull que esperavam.
Falando na torcida, houve relatos de abuso nas arquibancadas, de mulheres sendo seguidas nos campings, que são a principal forma de hospedagem na etapa austríaca, a gritos racistas e homofóbicos. A Fórmula 1 reagiu dizendo que orientou a segurança do circuito a entrar em contato com as pessoas que relataram esses episódios. Quem já esteve nas arquibancadas em Interlagos sabe que não é algo isolado. Inclusive, no Brasil, há um movimento desde 2018 para dar o direito de todos torcerem sem serem importunados.
Algumas das fãs que se sentiram incomodadas ao longo do final de semana, inclusive, foram convidadas para assistir a corrida do paddock pelas equipes.
A esperada reunião da Comissão de F1, com uma longa pauta, resultou em descontentamento para as equipes. De um lado, estavam aquelas cujo orçamento é até menor que o teto orçamentário original de 141,2 milhões de dólares. De outro, as equipes que pleiteavam por um aumento maior do teto do que a correção de 3.1%, feita por conta da inflação e da alta dos custos de transporte. As equipes grandes queriam pelo menos 7 milhões a mais para gastar, e terão menos de 5 milhões a mais.
Essa é uma questão importante porque é de se esperar muitas trocas de acusações até o final do ano, quando os times vão entregar suas contas para a FIA e alguns podem não conseguir ficar dentro do teto em um ano que soma uma grande mudança de regulamento à inflação. Mesmo com o aumento do teto, há quem siga dizendo no paddock que tem equipe que ou passa do teto, ou não vai aparecer nas últimas corridas.
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