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Como a F1 mirou nos saltos e acertou em brecha usada por Ferrari e Red Bull

Charles Leclerc, da Ferrari, durante o TL2 do GP da Grã-Bretanha, da F1 - Remko de Wall/Getty
Charles Leclerc, da Ferrari, durante o TL2 do GP da Grã-Bretanha, da F1 Imagem: Remko de Wall/Getty

Colunista do UOL

15/07/2022 09h54

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A Fórmula 1 viveu mais um capítulo da novela para resolver a questão dos saltos dos carros que vinham causando preocupação entre os pilotos e que são fruto do novo regulamento de 2022. Ficou decidido no GP da Áustria que as oscilações só começarão a ser controladas a partir do GP da Bélgica, mas isso não é a única coisa que vai mudar na etapa que marca o início da segunda parte da temporada no final de agosto.

Isso porque a Federação Internacional de Automobilismo aproveitou a polêmica para corrigir uma brecha que Red Bull e Ferrari estavam usando no regulamento. Normalmente, a FIA não poderia fazer alterações no regulamento técnico no meio da temporada. A não ser que eles alegassem que se tratava de uma questão de segurança. Dito e feito. Agora, a tal brecha, que acabava permitindo que se obtivesse certa flexão na prancha de madeira que fica no assoalho do carro, será fechada a partir de Spa-Francorchamps.

A Ferrari admitiu que terá de mudar sua prancha. A Red Bull, pelo menos segundo Christian Horner, possivelmente não precisará fazer alterações. Mas a verdade só saberemos no final de agosto.

É no GP da Bélgica, também, que a FIA começará a medir o que chama de oscilações aerodinâmicas (que ficaram conhecidas como porpoising) e grounding, quando o assoalho bate no chão. Ambos geram os saltos que foram notícia principalmente no GP do Azerbaijão, mas com os quais algumas equipes lidam desde a pré-temporada.

O problema não tem sido tão proeminente nas últimas corridas, mas também é verdade que os circuitos ajudaram nesse sentido e isso não quer dizer que os saltos desapareceram. De fato, é possível que, com o desenvolvimento dos carros, o problema volte a ocorrer. Portanto, para 2023, ficaram acertadas ainda em reunião nesta semana outras mudanças, a fim de tentar acabar com os saltos de vez.

Qual foi a brecha que as equipes encontraram no regulamento?

red bull - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Max Verstappen, da Red Bull, durante treino classificatório do GP da Áustria
Imagem: Reprodução/Twitter

O mais interessante dessa mudança que a FIA está promovendo é justamente a jogada de aproveitar os saltos para corrigir a brecha do regulamento no caso das pranchas.

Essa prancha é utilizada há anos como limite para o quão baixo o carro pode andar, já que seu desgaste é usado como métrica. Mas as regras só dizem que as oscilações dessas pranchas precisam ser de menos de até 2mm ao redor dos dois furos da parte dianteira e um mais atrás onde ficam os blocos de derrapagem, que protegem a área em que a FIA mede o desgaste da prancha.

O regulamento não fala sobre os outros blocos de derrapagem que ficam mais atrás, perto de onde está o piloto. E algumas equipes estão usando isso para que essa parte da prancha seja mais flexível, por meio de um mecanismo que faz esses blocos "sumirem" para que possam andar mais próximos do solo. E, com o regulamento atual, isso é benéfico.

Em um primeiro momento, a regra de que a prancha como um todo só pode flexionar em 2mm e deve ser rígida valeria a partir do GP da França, mas as equipes argumentaram que o material de que são feitos os tais blocos de derrapagem não está disponível no mercado no momento. Por conta disso, eles pediram mais tempo.

Na Red Bull, Horner disse que "pelo que me disseram, nem tenho certeza de que vamos precisar de qualquer adaptação." Enquanto Mattia Binotto, da Ferrari, afirmou que "algumas mudanças serão necessárias". Porém, internamente, a Scuderia diz não se preocupar com uma possível perda significativa de performance.

A Fórmula 1 volta na semana que vem, com o GP da França. Mesmo após duas vitórias seguidas da Ferrari, Max Verstappen, da Red Bull, segue liderando com 38 pontos de vantagem para Charles Leclerc.