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F1: Em três meses sem vitórias, quantos pontos a Ferrari ‘deve’ a Leclerc?
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Quem viu as duas vitórias, duas poles e três voltas mais rápidas de Charles Leclerc nas três primeiras provas do campeonato da Fórmula 1 certamente não imaginaria que levaria mais três meses (ou oito GPs) para que o monegasco voltasse ao lugar mais alto do pódio. Ainda mais depois de ter feito quatro poles positions neste mesmo período.
Do GP da Austrália até a vitória no GP da Áustria, no último final de semana, o único erro mais grave de Leclerc na pista foi na Emilia Romagna, quando ele forçou demais quando estava em terceiro, tentando ultrapassar Sergio Perez, rodou, e terminou em sexto, o que lhe custou sete pontos.
De lá para cá, Leclerc viveu uma incrível maré negativa. Viu a Ferrari cometer dois erros estratégicos em Mônaco e em Silverstone quando ele estava na liderança. Ali, perdeu pelo menos seis pontos em Mônaco, pois chegou em quarto, e 13 em Silverstone, quando cruzou a linha de chegada na mesma posição. E, pior, viu dois motores estourarem quando ele estava na mesma situação, em primeiro lugar, na Espanha e no Azerbaijão, zerando em ambas as provas. Para completar, por conta dessas quebras, ele teve de pagar uma punição pela troca da unidade de potência no Canadá, largou em 19º lugar por conta disso e chegou em quinto. A julgar pela maneira como seu companheiro, Carlos Sainz, que tem sido um pouco mais lento nas corridas que Leclerc, pressionou o vencedor Max Verstappen, é uma corrida que o monegasco poderia ter vencido.
Uma conta bem modesta, considerando que Leclerc perderia para Sainz em Mônaco devido à escolha estratégica que fez junto da equipe, e que não teria ritmo para segurar Verstappen em Baku ou para superá-lo no Canadá, são 70 pontos a menos. E essa conta é modesta porque é difícil apontar o que aconteceria em Mônaco e não há dados suficientes para cravar que o monegasco não venceria as duas outras corridas. Nas contas da Ferrari, pelo menos a vitória em Baku era certa.
Claro que um campeonato de Fórmula 1 não funciona com suposições matemáticas. E parte do bom rendimento da Ferrari tem a ver com a maneira como o equipamento tem sido usado, bastante perto do limite, o que gera maior possibilidade de quebras, mas também dá um rendimento mais forte.
Também devemos lembrar que Verstappen teve dois abandonos por falhas técnicas. Em ambas ocasiões ele era segundo colocado, então são 36 pontos perdidos.
Como Lewis Hamilton e a Mercedes mostraram na segunda metade do ano passado, depois que ficou claro que o motor alemão se desgastava muito mais rapidamente que o Honda de Verstappen, uma estratégia mais agressiva de uso da unidade de potência, mesmo que isso resulte em mais penalidades devido às trocas de motor, pode valer a pena. A diferença entre o caso de Hamilton ano passado e o atual, é que o motor Mercedes perdia rendimento, mas não explodia.
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