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Por que o GP da França de F1 tem tudo para ser uma briga entre três equipes

Max Verstappen, Charles Leclerc e Lewis Hamilton no pódio na última corrida da F1 - Clive Rose/Getty
Max Verstappen, Charles Leclerc e Lewis Hamilton no pódio na última corrida da F1 Imagem: Clive Rose/Getty

Colunista do UOL

22/07/2022 05h03

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Os primeiros treinos livres para o GP da França começam nesta sexta-feira, mas já dá para cravar qual será o fator decisivo para a 12ª etapa do campeonato: o calor. Com temperaturas superando os 30 graus em todos os dias de evento e em uma pista que já desgasta bastante os pneus, com algumas curvas de raio longo, operar o carro de maneira mais eficiente será a chave.

E isso pode até trazer uma cara diferente para este fim de semana, pois a Mercedes demonstrou nas últimas corridas que sua principal deficiência em relação aos dois carros que têm monopolizado as vitórias, Ferrari e Red Bull, é o aquecimento de pneus na classificação.

Em ritmo, Lewis Hamilton e George Russell ainda perdem cerca de três décimos por volta na corrida, mas essa é uma diferença que tende a cair em circuitos com mais curvas de alta velocidade, como é o caso de Paul Ricard. Isso já foi mostrado pela equipe em Silverstone, quando Hamilton foi o piloto mais rápido da pista por várias partes da corrida.

A expectativa é que isso se repite neste final de semana. A pista de Paul Ricard é mais variada que a de Silverstone, com um trecho mais travado no final da volta, mas há curvas de alta e a questão dos pneus no calor. A Mercedes gera menos pressão aerodinâmica em relação aos carros de Ferrari e Red Bull, e isso faz com que o carro seja mais leve com os pneus. Isso geralmente é uma desvantagem principalmente para as classificações porque o pneu custa mais a entrar na temperatura correta, mas não neste fim de semana com a temeperatura alta na pista.

Destes três carros, a Red Bull é a maior incógnita. O líder do campeonato, Max Verstappen, tem nas mãos um carro competitivo, mas que é mais difícil de ser acertado para render no seu máximo do que o equipamento que o vice-líder, Charles Leclerc, tem na Ferrari. O carro da Scuderia parece se adaptar facilmente a qualquer tipo de pista, o que dá confiança para o time de Maranello também em Paul Ricard.

O problema tem sido a confiabilidade especialmente da unidade de potência, que quebrou três vezes nas últimas seis corridas, contando apenas os pilotos da própria Ferrari. E em Paul Ricard o motor será exigido tanto pela questão do calor, quanto pela altitude, já que a pista fica em uma região montanhosa, semelhante àquela da Áustria, no último GP.

Então tudo indica para uma disputa entre três equipes diferentes neste final de semana, com o calor sendo o fator preponderante também para a configuração dos carros: quem trouxer um pacote de refrigeração mais eficiente, ou seja, que dê um respiro para o carro sem tirar muito da aerodinâmica (o que tem sido, inclusive, uma área em que a Red Bull tem trabalhado nas atualizações que trouxe para as últimas corridas), vai se dar melhor.

Nesta sexta-feira, são realizados dois treinos livres, às 8h e às 12h pelo horário de Brasília. A classificação é às 11h do sábado e a corrida começa às 10h do domingo. Verstappen tem 38 pontos de vantagem para Leclerc e, independentemente do resultado deste final de semana, ainda sairá da França como líder.