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GP da França será uma batalha de estratégias diferentes para bater o calor

Max Verstappen e Charles Leclerc se cumprimentam - Joerg Mitter/Red Bull
Max Verstappen e Charles Leclerc se cumprimentam Imagem: Joerg Mitter/Red Bull

Colunista do UOL

23/07/2022 15h10

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O GP da França promete ser uma batalha de filosofias entre a Ferrari do pole position Charles Leclerc e a Red Bull do segundo colocado e líder do campeonato, Max Verstappen. Eles escolheram caminhos diferentes para uma corrida que será bem desafiadora para pilotos e equipes por conta do calor.

A Ferrari de Sainz, que larga em penúltimo por ter trocado o motor, optou por uma configuração que faz o carro ser bem rápido nas curvas. E a Red Bull de Verstappen e Sergio Perez, em segundo e terceiro no grid respectivamente, optou por priorizar a velocidade de reta.

Tanto Leclerc, que vem de vitória na Áustria, quanto Verstappen saíram da classificação confiantes de que o caminho escolhido por sua equipe é o correto.

Mas ambas as táticas têm seus riscos. Com menos carga aerodinâmica, a Red Bull pode sofrer mais com os pneus, embora eles tenham entendido o que deu errado na configuração do carro no último GP na Áustria. E a Ferrari pode ficar sem defesa no caso de uma disputa direta na pista pela falta de velocidade final. Em termos de ritmo, a Ferrari estava um pouco atrás na sexta-feira, mas Leclerc acredita que eles conseguiram melhorar o acerto.

E há ainda a questão da estratégia. Por um lado, o desgaste de pneus sempre é alto em Paul Ricard e será ainda mais com o forte calor esperado para o domingo, com temperaturas acima de 30 graus. Isso incentiva as equipes a fazerem uma estratégia com mais paradas. Por outro lado, houve uma mudança no pitlane que fez com que o tempo de perda total das paradas aumentasse de pouco mais de 20s para 27s, bem mais do que a média da temporada. Então, pode valer mais a pena adotar um ritmo lento para cuidar dos pneus do que forçar mais e acabar parando mais vezes.

Um ponto importante para resolver esse quebra-cabeça é entender se será possível ultrapassar na corrida deste domingo. Geralmente, as disputas são mais raras em Paul Ricard, mas os carros novos estão ajudando os pilotos a seguirem uns aos outros mais de perto, então a história pode mudar neste ano.

Quem não estará nessa disputa pela vitória são os pilotos da Mercedes. O time esperava estar bem mais próximo da ponta, mas Lewis Hamilton, que larga em quarto, e George Russell, que sai em sexto, reclamaram de falta de aderência. É bem verdade que eles são a equipe que mais cresce do sábado para o domingo, mas eles não parecem ter ritmo para brigar mais na frente.

Os dois estão separados por Lando Norris, uma surpresa na classificação. O inglês acredita que a execução da McLaren na preparação dos pneus foi importante para o resultado, que o coloca à frente dos dois pilotos da Alpine. As duas equipes estão empatadas no campeonato, e há uma tendência de crescimento dos franceses nos últimos GP. Fernando Alonso, que sai em sétimo, no entanto, disse que o carro não se adaptou muito bem ao circuito de Paul Ricard. Então pode ser uma boa chance para a McLaren pontuar mais que a rival, até porque Daniel Ricciardo, nono, também sai na frente de Esteban Ocon, décimo.

O GP da França marca o início da segunda metade da temporada da Fórmula 1. Max Verstappen é o líder com 38 de pontos de vantagem para Leclerc.