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GP da França teve clima de despedida de uma corrida que não deixa saudades
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O GP da França, vencido por Max Verstappen, mais líder do que nunca do campeonato após um erro de Charles Leclerc, que bateu enquanto liderava, teve cara de despedida. Afinal, essa foi a última edição da etapa de Paul Ricard no calendário. O GP francês voltou à F1 em 2018 com os mesmos problemas que tinha em sua velha casa, em Magny Cours. Com uma pista construída em meio a cidades pequenas e com poucas vias de acesso, os problemas com o trânsito nunca foram totalmente solucionados. E o GP ainda por cima não pagava o mínimo de 20 milhões de dólares que a F1 tem cobrado das provas europeias.
Essa saída da França do calendário mostra o caminho que a Liberty Media enxerga para o futuro da F1. Eles saem para dar lugar a Las Vegas, que entra no ano que vem com um circuito de rua em uma cidade que é conhecida pelos eventos grandiosos. A ideia é ter mais eventos que tenham mais do que somente a corrida como atrativo.
Tudo bem que a França tem uma enorme tradição no automobilismo e investe da F1 por meio da Alpine, mas a verdade é que era difícil encontrar no paddock alguém que lamentasse e iminente saída do GP, que ainda não foi confirmada oficialmente, mas é dada como certa.
Além das questões de acesso, a pista de Paul Ricard é pensada para ser palco de testes. Então os muros estão longe, as áreas de escape são asfaltadas e tudo é feito para preservar os carros. A avaliação geral é de que falta desafio aos pilotos, mesmo que a corrida deste domingo tenha tido bons lances, muito em função do novo regulamento da F1, que permite que os carros sigam uns aos outros mais de perto. Não foi uma corrida ruim, mas também esteve longe de ser um clássico.
Que o diga Charles Leclerc, que rodou sozinho e bateu enquanto liderava. Ou seja, não fez efeito o cornicello que ele usava como pingente em um colar, algo que é usado no sul da Itália para afastar o mau olhado. O monegasco demorou para aparecer para falar com a imprensa após o acidente e ainda parecia bastante abalado. Ele é sempre muito duro consigo mesmo neste tipo de situação, e terá pouco tempo para se reerguer, já que a próxima corrida já é neste fim de semana.
Aliás, a etapa da Hungria é a última antes da pausa de agosto, no auge do verão europeu, então já havia um clima de férias no paddock. Na Alfa Romeo, o chefe Frederic Vasseur e os pilotos Valtteri Bottas e Guanyu Zhou "armados" com pistolas de água e os amigos de George Russell, Lando Norris e Alex Albon, aproveitando para tirar sarro da mania do inglês de tirar a camisa na primeira oportunidade que surge.
Será que vem briga nos tribunais por aí?
Como não dá para ter um GP de F1 sem alguma briga nos bastidores, os times estão reclamando das mudanças que a FIA determinou para o ano que vem a fim de resolver de vez a questão dos saltos dos carros. No momento, fala-se até em disputa legal porque algumas equipes não acreditam que a federação sequer tinha o direito de fazer qualquer alteração na regra, porque não existe qualquer prova de que há um problema de segurança nos carros atuais, o que foi a justificativa usada pela entidade para mexer no regulamento sem passar por uma votação. E são mudanças que impactam os rumos do desenvolvimento do carro do ano que vem, que será uma continuação deste ano. Ou seja, essa briga tem que ser resolvida com certa pressa.
O clima já é tenso também porque os times grandes estão descontentes com o aumento de apenas 3.1% do teto orçamentário para compensar uma inflação que já superou isso faz tempo. Aliás, tem sido interessante ver no grid carros até de equipes como a Mercedes com peças já desgastadas, batidas, remendadas. Se estiver dando para correr, vai para a pista.
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