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Equipes ameaçam brigar nos tribunais por regra na F1. Mas Toto vê só 'pose'
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A temporada de 2022 da Fórmula 1 está a todo vapor, com a 13ª etapa sendo disputada já neste final de semana, na Hungria, mas nos bastidores mais da metade das equipes está bastante insatisfeita com as decisões tomadas pela Federação Internacional de Automobilismo para 2023. E ameaçam inclusive entrar na justiça caso a entidade siga com os planos de mudar as regras de uma parte fundamental do carro alegando motivos de segurança.
Essa queda de braço começou quando a FIA anunciou que trataria a questão dos pulos dos carros de 2022 como algo potencialmente perigoso. Desta maneira, eles podem alterar o regulamento sem que ele seja aprovado pela maioria mínima de oito equipes. Isso aconteceu às vésperas do GP do Canadá, em junho, mas apenas em meados de julho a entidade divulgou quais seriam as mudanças para acabar com os saltos em 2023.
Acredita-se que apenas Mercedes, Aston Martin e McLaren estejam do lado da FIA. As demais, em maior ou menor grau, se opõem às mudanças por dois motivos. Primeiro, eles não veem como a FIA pode tratar a questão dos saltos como algo relacionado à segurança sem apresentar provas concretas disso. Segundo, argumentam que é tarde demais para mudar conceitos importantes do assoalho, peça fundamental no carro.
"Do meu ponto de vista, é tarde demais. Não está dentro do espírito das regras porque nós sempre pedimos que haja estabilidade nas regras por causa do teto de gastos, já que podemos usar as mesmas peças e agora não vamos poder mais", argumentou o chefe da Alfa Romeo, que sequer tem orçamento para chegar no teto de cerca de 145 milhões de dólares (quase 780 milhões de reais).
É um descontentamento que afeta times menores e também aqueles que lutam para ficar dentro do teto, como a Red Bull. "Acho que não vimos nenhum problema [com os saltos dos carros] nas últimas três ou quatro corridas", lembrou Christian Horner. "Então acho que é preciso haver uma solução baseada no senso comum, e não reescrevendo as regras para o ano que vem a essa altura da temporada, ainda mais com o limite do teto de gastos do jeito que está."
Do lado dos times favoráveis à mudança, a Mercedes argumenta que os carros não têm saltado tanto nas últimas corridas porque o asfalto das pistas é liso. E o problema vai voltar a ocorrer mais para frente no campeonato.
Toto Wolff foi além e disse duvidar que as equipes vão agir contra a FIA se a entidade forçar as mudanças. "Eu leio na imprensa que a mudança não é relevante, que não é grande, então por que eles estão ameaçando entrar na justiça? Nenhum time vai processar a FIA, primeiramente. Então acho que é só pose."
Times argumentam que mudanças propostas geram revisão de projetos
As alterações que a FIA divulgou após o GP da Áustria, mas que ainda precisam de ratificação, são em pontos fundamentais dos assoalhos, que já são a peça mais importante do carro atual para se gerar pressão aerodinâmica. Eles focam principalmente nas laterais do assoalho e no seu canal central, chamado de "garganta".
Estas duas áreas seriam levantadas, dificultando o trabalho dos engenheiros para acelerar o ar que passa por debaixo do carro e que ajuda a "grudá-lo" no solo.
De fato, essas medidas têm tudo para diminuir a tendência dos carros de bater no solo. Mas o problema é que isso pune todos em termos de performance, inclusive as equipes que têm conseguido encontrar o equilíbrio entre andar com o carro baixo e impedir que ele fique batendo, como é o caso da Red Bull, que lidera com folga ambos os campeonatos.
Uma possível solução é que as laterais sejam levantadas em 10mm ao invés dos 25mm atualmente definidos pela FIA, mas Wolff indicou que a Mercedes não concordaria. De qualquer maneira, todos cobram uma definição rápida, já que parte das atenções já estão voltadas para o desenvolvimento do carro do ano que vem.
Primeiro pacote anti saltos entra em vigor na Bélgica
Para controlar os saltos já nesta temporada, a FIA definiu um sistema de medição de oscilação vertical e também mudanças na observação do desgaste das pranchas de madeira. Ambas as medidas entram em vigor no GP da Bélgica, o primeiro após a pausa de três semanas que acontece após o GP da Hungria.
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