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Mesmo liderando com folga a F1, Verstappen surpreendeu ao vencer na Hungria
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Max Verstappen já venceu por oito vezes nesta temporada, mas nenhuma dessas vitórias foi mais inesperada do que a deste domingo no GP da Hungria. Largando em décimo depois de ter um problema no motor na classificação e tendo sido quase meio segundo por volta mais lento que as Ferrari nas simulações de corrida, o líder do mundial teve um ritmo muito melhor no GP, passou seu rival Charles Leclerc duas vezes, e agora tem uma vantagem de 80 pontos no campeonato.
Dois fatores explicam essa performance surpreendente do domingo. A Red Bull fez várias mudanças no carro após sofrer na sexta-feira, e o próprio Verstappen já havia dito após a classificação que sua sensação era bem melhor. No entanto, como choveu no sábado de manhã, durante o último treino livre, era preciso esperar até a corrida para comprovar essa melhora.
O outro fator foi a estratégia da Red Bull, destacada pelo próprio Verstappen. O holandês já tinha escalado o pelotão do décimo ao quarto lugar, evitando perder tempo com carros mais lentos, quando teve sua segunda parada antecipada pela equipe. Com isso, superou o pole position George Russell e Carlos Sainz.
"Com essa estratégia, eu já era segundo, mas comecei a ver que daria para vencer quando vi que Charles estava com dificuldades com o pneu duro", contou o atual campeão mundial. Para se defender da parada de Verstappen, a Ferrari tinha chamado Leclerc aos boxes, mas tinha colocado os pneus duros, que custaram a entrar na janela de temperatura.
Tanto, que Verstappen passou o rival com facilidade, depois errou, rodou, e ainda assim voltou a ultrapassar Leclerc pouco tempo depois. O monegasco, que tinha pedido à equipe para ficar na pista para evitar colocar os pneus duros, acabou entrando novamente nos boxes e terminou em sexto.
Do lado da Ferrari, além da estratégia ruim, ficou a surpresa pela queda no ritmo. "Para mim, estava claro desde a primeira volta que algo não estava certo", disse Carlos Sainz, que chegou em quarto mesmo tendo feito a estratégia que Leclerc queria, usando o composto macio na parte final. "Os pneus não funcionavam. No final, as posições são o que são. A Red Bull nos passou na pista, Perez estava chegando em mim no final. Fomos de estar meio segundo na frente na sexta a estarmos meio segundo lentos no domingo. Algo não deu certo com a temperatura. Foi um dia ruim e temos de voltar mais fortes."
Como disse Sainz, a grande diferença entre a sexta-feira e o domingo foi na temperatura da pista, 23 graus mais fria. E a Ferrari não estava preparada para esse cenário.
Quem também mudou da água para o vinho da sexta para o domingo foi a Mercedes, que fez seu segundo pódio duplo seguido. Lewis Hamilton foi o segundo e o pole Russell terminou em terceiro. Porém, diferentemente do que tinha acontecido na última corrida na França, esse pódio duplo veio por mérito próprio, sem contar com problemas dos rivais. E também é uma surpresa para a equipe, que temia sofrer com as temperaturas mais baixas.
É mais um capítulo da jornada de descoberta da Mercedes neste campeonato, em que por várias vezes não entendeu muito bem a reação do carro às mudanças que tentava. Durante o fim de semana na Hungria, o time "virou o carro de ponta-cabeça", como disse Russell, e pode ter descoberto um caminho diferente. O campeonato pode estar praticamente decidido a favor de Verstappen, mas a corrida deste domingo pode representar o início de um novo capítulo no campeonato com três equipes disputando a vitória.
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