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O jogo de Alonso, a disputa por Piastri e o futuro (em aberto) de Ricciardo
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A Fórmula 1 voltou bastante movimentada dentro e fora das pistas com o GP da Bélgica, uma vitória acachapante de Max Verstappen, que largou na 14ª posição no grid e, já na volta 12, tomou a liderança e venceu com 18s de vantagem para seu companheiro, Sergio Perez, que saiu da segunda posição. Fora da pista, tinha assunto para tudo quanto é lado, do futuro de Daniel Ricciardo ao clima pesado entre o chefe da Alpine, Otmar Szafnauer, com seus pilotos Fernando Alonso e Oscar Piastri.
Já dava para sentir que as coisas não andavam às mil maravilhas entre Szafnauer e Alonso quando o chefe da Alpine foi entregar um bolo para o piloto no seu aniversário, na sexta-feira do GP da Hungria, no fim de julho. Eles pareciam tentar mostrar uma união que simplesmente não estava lá.
Na Bélgica, Alonso fez questão de deixar claro que informou a vários membros da equipe, incluindo seus mecânicos e engenheiros, que estava de saída. Mas na verdade ele tinha dito aos chefes da Alpine, incluindo Szafnauer, que assinaria na semana seguinte à Hungria, e só os avisou de que estava de saída pouco antes do anúncio da Aston Martin.
O caso Piastri pode ser resolvido nesta segunda-feira
Não deixa de ser curiosa essa atitude tendo em vista que Alonso está indo para o time do qual Szafnauer veio, a Aston Martin, e do qual saiu de maneira pouco amigável. Pelo que diz o espanhol, o que o irritou nas negociações foi a maneira como "eles ficavam checando o passaporte", referindo-se às dúvidas em relação a seu rendimento por conta da idade. Isso porque Alonso não queria um contrato de um ano. Mas o que se dizia era que a Alpine se preocupava em arrumar outro cockpit para Piastri para manter Alonso, então as histórias não estão se encaixando muito bem.
Não que os problemas de Szafnauer sejam só com Alonso. O romeno disse que esperava que Oscar Piastri tivesse "mais integridade". Contou que, assim que soube da saída de Alonso, decidiu promover Piastri, mesmo que seu empresário, Mark Webber, não estivesse retornando suas tentativas de contato. Piastri estava no simulador da equipe em Enstone, Inglaterra, e Szafnauer foi dar a notícia pessoalmente. O piloto sorriu e agradeceu, mas, quando a notícia foi oficializada, publicou uma mensagem dizendo que não correria pela equipe.
Ele tinha assinado contrato com a McLaren, onde o chefe Andreas Seidl também aparentemente não sabia que Daniel Ricciardo estava de saída e seria substituído pelo jovem australiano. Ricciardo teria sido avisado na Hungria que seria liberado de seu último ano de contrato.
Agora, Piastri tem um contrato com a McLaren e a Alpine também acredita que o acordo que ele tem o prende ao time por mais tempo. Os dois contratos serão avaliados por especialistas em uma reunião que acontece nesta segunda-feira. Eles têm 72h para decidir.
Durante o fim de semana, Piastri continuou trabalhando normalmente na fábrica da Alpine, testando acertos para os pilotos no simulador. A decisão sobre o contrato pode, inclusive, ter efeito imediato para o australiano, que teria duas chances de fazer sessões de treinos livres na segunda metade do ano pela Alpine.
A fase do time francês é tão complicada que até o voo que transportaria boa parte dos engenheiros e time de comunicação da equipe foi cancelado em cima da hora na quarta-feira. Eles ainda conseguiram fazer o voo fretado pela F1, que saía de outro aeroporto em Londres, esperar para conseguir chegar a tempo na Bélgica.
Ou F1, ou nada para Ricciardo
A Alpine diz que vai esperar até terça-feira para começar a pensar em pilotos. Correu no paddock o boato de que o time sondou a Red Bull para tentar uma liberação de Pierre Gasly, mas a cúpula do time sabe bem que ele tem um histórico complicado com o outro piloto da equipe, Esteban Ocon. Os dois cresceram juntos e depois romperam a amizade anos antes de chegarem à F1.
Ricciardo também estaria longe de ser a primeira opção do time, já que vem numa fase decrescente. O australiano deixou o sorriso fácil de lado durante o fim de semana na Bélgica, algo raro. Seu futuro está bastante incerto porque ele se tornou um piloto caro e cujo rendimento é uma incógnita.
O CEO da McLaren, Zak Brown, chegou a oferecer uma vaga na Indy para ele, que disse que não se vê correndo fora da F1 no momento. Ele, inclusive, disse que "se as estrelas não se alinharem", pode ficar um ano fora da categoria, lembrando que há vários contratos, inclusive, nos times grandes, que se encerram no final do ano que vem.
Uma das equipes que estão de olho nos movimentos de Ricciardo é a Haas, embora eles não possam chegar nem perto do salário de US$ 20 milhões por ano que o australiano ganhava na McLaren. É sempre difícil saber o que se passa na cabeça de Gene Haas, dono da equipe e quem tem a palavra final.
No começo do ano, veio dele a decisão de ir atrás de Kevin Magnussen, sob o argumento de que o dinamarquês traria experiência que ele julgava ser importante depois de uma temporada com dois novatos e também pela relação que tinha com o piloto. A escolha se mostrou acertada, então é de se imaginar que ele vá seguir a mesma linha, embora sempre seja importante avaliar o que os pilotos trazem em seu pacote (pilotagem + dinheiro de patrocinadores). Gene Haas estará nas duas próximas provas, na Holanda e na Itália.
Outro time que tem uma vaga em aberto é a Williams, time que chegou a trabalhar com a possibilidade de ter Piastri.
Em termos de calendário, a Bélgica confirmou que fica por pelo menos mais um ano. Esse é um indicativo de que o retorno do GP da África do Sul vai demorar pelo menos mais uma temporada para se concretizar.
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