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McLaren anuncia contratação de Oscar Piastri após polêmica com Alpine

O australiano Oscar Piastri, piloto reserva da Alpine e da McLaren na temporada 2022 - Alpine
O australiano Oscar Piastri, piloto reserva da Alpine e da McLaren na temporada 2022 Imagem: Alpine

Colunista do UOL

02/09/2022 11h02

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A McLaren oficializou nesta manhã a contratação do piloto Oscar Piastri, que assumirá o lugar de Daniel Ricciardo na próxima temporada da Fórmula 1, após muita polêmica. Piastri era alvo de uma disputa entre McLaren e Alpine, e a decisão saiu após a junta que avalia disputas de contratos na categoria entender, por unanimidade, que os britânicos tinham direito a contar com os serviços do australiano.

Oscar, campeão da Fórmula 2 de 2021 e que é atualmente piloto reserva e de testes da Alpine, será companheiro de Lando Norris na equipe britânica por pelo menos dois anos. Afinal, quando a decisão foi confirmada, a FIA informou que o contrato de Piastri é de dois anos e foi assinado dia 4 de julho, ou seja, logo depois do GP da Grã-Bretanha. O contrato de Norris vai até o final de 2025.

O caso Piastri

Campeão nas principais categorias de base, Piastri passou a fazer parte da academia de jovens da Alpine em janeiro de 2020. Desde então, os franceses têm investido em sua formação, promovendo testes com carros de F1. No entanto, o time não conseguiu promovê-lo como titular logo após seu título na F2 e, nesta temporada, o australiano de 21 ficou na função de piloto de testes e reserva.

Sabia-se, no entanto, que Piastri tinha aceitado ficar neste papel porque a Alpine teria a obrigação de encontrar uma vaga como titular em 2023. Ao mesmo tempo, a equipe, que já tinha Esteban Ocon sob contrato, negociava uma extensão com Fernando Alonso. O espanhol queria assinar por dois anos e a Alpine propunha um. O plano era colocar Piastri na Williams por empréstimo em 2023 e promovê-lo à própria Alpine na temporada seguinte.

O que a Alpine não sabia era que Piastri estava negociando com outras equipes também. Seu empresário, o ex-piloto Mark Webber, chegou a levá-lo na Red Bull e buscou entender quais eram as possibilidades em várias equipes até que a McLaren se interessou. Piastri assinou com o time inglês no início de julho e não comunicou a Alpine.

Foi por isso que Otmar Szafnauer, chefe da Alpine, assim que soube da saída de Fernando Alonso para a Aston Martin em 2023, na vaga de Sebastian Vettel, decidiu promover Piastri — então piloto reserva da Alpine — mesmo que seu empresário, Mark Webber, não estivesse retornando suas tentativas de contato.

Piastri estava no simulador da equipe em Enstone, Inglaterra, e Szafnauer foi dar a notícia pessoalmente. O piloto sorriu e agradeceu, mas, quando a notícia foi oficializada, publicou uma mensagem dizendo que não correria pela equipe.

Na McLaren, o chefe Andreas Seidl vinha garantindo categoricamente a continuidade de Daniel Ricciardo na equipe, e acredita-se que ele não tenha ficado sabendo imediatamente da negociação de Piastri, o que ele não confirma e também não nega. Ricciardo, por sua vez, teria sido avisado na Hungria, ou seja, no final de julho, que não fazia parte dos planos da equipe inglesa. A McLaren tinha decidido pagar o australiano para liberá-lo um ano antes do final do contrato.

Então Piastri acabou ficando com um contrato com a McLaren e um compromisso com a Alpine. Ambos acordos foram analisados pela Junta de Reconhecimento de Contratos, que deu parecer favorável à McLaren por unanimidade.

Quem fica com a vaga da Alpine?

Agora, tanto o futuro de Ricciardo, quanto a segunda vaga na Alpine estão em aberto. O piloto não descarta a possibilidade de ficar de fora da F1 por uma temporada. Já a Alpine consultou a Red Bull para entender qual a situação contratual de Pierre Gasly, que poderia ser liberado para correr no time francês. Isso abriria espaço para a AlphaTauri contratar Colton Herta, piloto da Indy, para o lugar de Gasly.

No momento, a Red Bull está pedindo para a FIA avaliar a possibilidade de o norte-americano conseguir a superlicença mesmo não tendo todos os pontos de que precisaria. A aposta por Herta é uma tentativa da Red Bull usar a F1 para aumentar a sua presença no mercado norte-americano.