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Por que a parceria entre Porsche e Red Bull pode não sair do papel na F1
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Enquanto a Audi anunciou a entrada na Fórmula 1 a partir de 2026 na semana passada, o caminho da Porsche parece cada vez mais incerto. Isso porque a parceria com a Red Bull, que era dada como certa meses atrás, pode não sair do papel.
O chefe da equipe líder dos campeonatos de pilotos e equipes da temporada 2022, Christian Horner, deixou bastante claro que a Red Bull não é dependente de uma montadora para ter seu motor em 2026, quando a F1 muda de regulamento. A equipe vem investindo desde que a parceira Honda saiu da categoria em sua própria divisão de motores, a Red Bull Powertrains. Eles contrataram engenheiros dos rivais e já têm 300 pessoas trabalhando. Inclusive, já teriam ligado o primeiro motor totalmente feito "em casa".
É por isso que a Red Bull não estaria disposta a dividir o controle da equipe com a Porsche, a ponto de o negócio não fazer tanto sentido para ambas as partes. De um lado, o dono da empresa, Dietrich Mateschitz, é bastante próximo da cúpula da montadora e gostaria que o negócio fosse fechado. Ele, inclusive, teria pedido pessoalmente ainda em maio para que os alemães acelerassem o processo. No entanto, o projeto de compra de 50% ou da divisão de motores, ou da Red Bull Technologies, que é efetivamente a empresa que faz o carro, encontra resistência dentro da equipe.
A Red Bull sempre esteve em uma situação complicada após a adoção do motor híbrido em 2014 porque, por um lado, sabia que precisava ter uma relação de equipe de fábrica com alguma montadora. Por outro, queria manter sua independência. E o mesmo cenário se apresenta agora.
Pensando a médio prazo, eles não precisam da Porsche, pois a expertise deles já é maior do que a da empresa para fazer o motor da F1 especificamente. A parceria seria mais financeira do que técnica.
E eles também têm outra possibilidade: uma proposta tentadora da Honda, ainda que os japoneses não estejam ainda 100% comprometidos com o retorno. O lado ruim de seguir essa rota seria praticamente jogar no lixo o investimento na Red Bull Powertrains, já que os japoneses fariam o motor.
Atualmente, a Red Bull usa oficialmente motores nomeados como Red Bull Powertrains, mas que na verdade são unidades de potência da Honda, que ainda presta assistência tecnológica para eles mesmo após ter saído oficialmente da F1 no final do ano passado. Isso não será um problema até o final de 2025 porque o desenvolvimento das unidades de potência na F1 está congelado até lá.
Em 2026, a categoria terá uma nova unidade de potência, por isso as negociações são focadas para daqui a quatro anos. Mesmo com muito chão pela frente, há um prazo importante a ser cumprido: até 15 de outubro, todos os fabricantes de motores que quiserem estar na F1 em 2026 terão de pagar sua taxa de inscrição. Quem não o fizer tem de esperar até 2027.
E também há outra pressão em termos de tempo para a Porsche. Como a empresa vai entrar no mercado de ações, tem de respeitar um prazo de 100 dias em que estão impedidos de anunciar quaisquer decisões estratégicas.
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