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Bastidores da Holanda com Drugovich perto do título e a dança das cadeiras
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A imagem da Alpine não ficou das melhores depois que emergiram mais detalhes sobre como eles conseguiram perder Oscar Piastri, um piloto que ainda nem estreou na F1, mas sobre o qual se tem muita expectativa devido à carreira estelar nas categorias de base. Um contrato que na verdade não era contrato, prazos ignorados, indecisão em relação ao futuro de Fernando Alonso. Tudo culminou em uma polêmica que causou ebulição no mercado de pilotos.
Em meio a isso tudo, o brasileiro Felipe Drugovich venceu a etapa holandesa da Fórmula 2 e agora só precisa fazer mais dez pontos para ser campeão, tendo a possibilidade de conquistar o título já na corrida do sábado, na Itália. As conversas de Drugovich visam mais uma vaga de piloto reserva para 2023 na F1 e ele tem prazos a cumprir que podem engessar suas opções, mas é fato que tudo o que aconteceu desde o anúncio da aposentadoria de Sebastian Vettel abriu portas no mercado.
Como a Alpine perdeu Piastri
Agora que a comissão que julga a validade dos contratos da F1 determinou, de maneira unânime, que Piastri só tem um contrato válido para ser titular na próxima temporada e que esse contrato é com a McLaren, começou a caça às bruxas para tentar entender o que deu errado. A Alpine tinha um termo de compromisso com Piastri determinando as linhas gerais de como seria seu compromisso com a equipe entre 2022 e 2024. A ideia desse termo inicialmente era servir como um ponto de partida para um contrato. Mas a situação nunca saiu disso.
Piastri chegou a assinar às pressas, antes de a temporada começar, um contrato para ser piloto de testes e reserva em 2022, mas esse compromisso tem validade só até 31 de dezembro deste ano e não se refere à titularidade. As tentativas de fazer com que um outro contrato fosse firmado foram frustradas, o que fez com que o empresário de Piastri, Mark Webber, começasse a sondar outras equipes.
A McLaren foi rápida e assinou um termo em junho e o contrato em si no começo de julho. Neste momento, eles já tinham decidido que não ficariam com Daniel Ricciardo, que teria mais um ano de contrato válido em 2023, mas só informaram o piloto no final de julho.
Piastri ouviu a proposta da McLaren porque só se falava de Alonso dentro da Alpine. Os meses foram se passando, nenhum contrato de titular era proposto e, segundo ele, houve "uma quebra de confiança". O curioso é que Alonso conta a mesma história. "Só se falava de Piastri, eram três pilotos e dois carros, alguém tinha de tomar uma atitude e eu tomei."
De três pilotos (um deles, um bicampeão considerado um dos melhores do grid, e outro uma jovem promessa), a Alpine acabou ficando com Esteban Ocon, um piloto competente, mas que não é nenhuma estrela.
Webber apareceu em Zandvoort, trabalhando para a TV britânica e sem dar entrevistas oficialmente. Mas todos os que são mais próximos a Piastri contam a mesma história: ele avisou a equipe que estava buscando alternativas, e também avisou que tinha assinado com a McLaren antes de ser anunciado como piloto titular da própria Alpine.
É por isso que ele chama de bizarra a abordagem do chefe Otmar Szafnauer de promovê-lo e ir contar a novidade pessoalmente a ele. Até porque Szafnauer já teria sido informado que Oscar não continuaria. O chefe manteve sua história mesmo assim.
Como vaga na Alpine gerou pressão na FIA por norte-americano
O fato é que esses movimentos acenderam o mercado de pilotos. A Alpine foi sondar a Red Bull a respeito da situação de Pierre Gasly, que tem mais um ano de contrato com a empresa. E ouviu que, se "forem atendidos os requisitos, ele pode ser liberado". Leia-se, se a Alpine pagar.
Na AlphaTauri, equipe do francês, a prioridade seria aproveitar a oportunidade para ter um piloto americano e usar da popularidade da F1 nos Estados Unidos no momento. Segundo o consultor da Red Bull, Helmut Marko, está tudo acertado com Colton Herta, da Indy. Mas ele tem 32 dos 40 pontos da superlicença que é requerida para pilotos de F1, e precisaria de uma autorização especial da FIA. Várias equipes já se colocaram contra, então não é surpresa a declaração assertiva de Marko a fim de pressionar a federação e também a própria F1, que é controlada por uma empresa norte-americana e tem apostado fortemente no crescimento no país.
Drugovich também se reuniu com Helmut Marko. O tema do encontro teria sido uma vaga de terceiro piloto e, com tantos movimentos, poderia ser uma boa porta de entrada. No entanto, as conversas mais avançadas seguem com a Aston Martin.
Há vagas ainda na Williams e na Haas, e pilotos como Daniel Ricciardo e Mick Schumacher no mercado. A julgar pelas poucas conversas no paddock que envolvem o australiano e a maneira como ele aparenta ter sentido o golpe após ficar de fora dos planos da McLaren, a possibilidade de ficar um ano fora da categoria não parece distante.
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