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Após três semanas avassaladoras, Verstappen pode ser campeão no próximo GP

Max Verstappen comemora vitória no GP da Itália de Fórmula 1 - Dan Mullan/Getty Images
Max Verstappen comemora vitória no GP da Itália de Fórmula 1 Imagem: Dan Mullan/Getty Images

Colunista do UOL

11/09/2022 14h53

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Anda bem difícil encontrar uma maneira de bater Max Verstappen no momento na Fórmula 1. Ele venceu pela terceira vez em três finais de semana, sendo que, em dois deles, largou mais atrás devido a punições por trocas de componentes do motor. Quando o holandês entrou na segunda metade do campeonato, estava 80 pontos à frente de Charles Leclerc e já era o favorito disparado. Após essa sequência, está impressionantes 115 pontos na frente, podendo selar a conquista do bicampeonato já na próxima etapa, em Singapura. Com cinco GPs de antecipação.

E se, por várias vezes neste ano, o bom trabalho de Verstappen e da Red Bull contrastaram com erros da Ferrari, no GP da Itália a Scuderia até tentou fazer uma estratégia diferente para tentar pará-lo, mas ritmo do holandês era muito superior.

Por um lado, era de se esperar isso em uma pista com retas longas e em que os carros usam configurações de pouca pressão aerodinâmica. Afinal, a Red Bull é geralmente superior nesse tipo de configuração, bem diferente do que veremos nas duas próximas corridas, em Singapura e no Japão. Mas é fato que a Scuderia agora já soma quatro corridas seguidas, duas em pistas de alta, e outras duas (Hungria e Holanda) em circuitos mais travados, em que teve que tentar um pouco de tudo para segurar Verstappen. E não conseguiu.

Correndo em casa, Charles Leclerc largou na pole position e tinha um bom ritmo no começo, mas viu Verstappen pular de sétimo para terceiro logo no começo da segunda volta e, quando passou George Russell, estava a apenas 1s9 do líder.

A Ferrari sabia que a Red Bull provavelmente teria um ritmo melhor perto da troca de pneus, pois eles tinham optado por um acerto totalmente voltado à corrida, sabendo que Verstappen largaria mais atrás. Então, ver o líder do mundial tão perto indicou que eles teriam que fazer uma estratégia diferente para tentar batê-lo.

Um Safety Car Virtual na volta 13 não era das melhores oportunidades, já que seria muito cedo para ir até o final da corrida sem precisar trocar novamente o pneu. Mas por outro lado daria a Leclerc pneus novos por mais voltas ao longo da corrida, a um custo diminuído na perda de tempo de pit stop.

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Charles Leclerc (Ferrari) lamenta após o GP da Itália
Imagem: Dan Mullan/Getty Images

A tática acabou não dando muito certo porque Leclerc só "economizou" 6s na sua parada, uma vez que o VSC acabou quando ele ainda estava no pitlane. Ele voltou à liderança quando Verstappen parou, 13 voltas depois, e foi perdendo sua vantagem de 10s5 aos poucos, até que parou novamente para colocar os macios. Foi aí que ficou claro que o ritmo de Verstappen era muito superior: nem com pneus mais velozes e mais novos ele conseguia se aproximar.

Do lado do líder do mundial, foi uma corrida tranquila. "Por conta do VSC, eles optaram por fazer uma estratégia diferente. Me falaram para fazer o oposto deles, então eu fiquei na pista. E essa foi a nossa sorte porque o ritmo foi muito bom com os dois pneus. Acho que éramos, com, folga, os mais rápidos na pista de qualquer maneira."

Um Safety Car nas voltas finais acabou reacendendo as esperanças de Leclerc, em suas próprias palavras. Tanto ele, quanto Verstappen, colocaram pneus macios novos, e teriam uma disputa direta, com o monegasco sabendo que sua velocidade de reta era superior. Mas o carro de Daniel Ricciardo, que apagou quando estava engatado, teve de ser retirado com um trator, o que tornou o procedimento muito mais lento e impediu o reinício da prova, que acabou sob o regime de SC.

É claro que isso gerou muita discussão após a prova porque, desta vez, o procedimento de SC foi seguido à risca, diferentemente do que aconteceu na final do campeonato em Abu Dhabi. De fato, esse procedimento impediu que víssemos uma briga direta entre Leclerc e Verstappen pela vitória, algo que se tornou uma longínqua lembrança da primeira fase do campeonato.