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GP de Mônaco tem contrato renovado com a F1, mas se torna corrida 'normal'
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Uma das últimas dúvidas restantes para a definição do calendário 2023 da Fórmula 1 foi resolvida com a assinatura do contrato de Mônaco. Mas nem tudo fica na mesma para a corrida mais tradicional do calendário da categoria. Agora, Mônaco se torna, pelo menos em termos contratuais, uma corrida como qualquer outra.
Ao longo de mais de 70 anos de história como uma etapa da Fórmula 1 e mais de 90 de existência, o GP de Mônaco foi ganhando regalias por conta de seu caráter único, com os pilotos raspando os guard rails em alta velocidade em um dos lugares mais exclusivos do mundo. Nos anos em que Bernie Ecclestone controlou os direitos comerciais da categoria, a prova tinha data garantida no final de maio e era a única corrida cujo programa tinha cinco dias, com as entrevistas na quarta-feira e treinos livres na quinta, para liberar a sexta-feira para eventos.
Comercialmente, a prova não pagava a taxa milionária que é cobrada dos promotores anualmente e que pode ir de cerca de US$ 20 milhões de (mais de R$ 100 milhões) a mais de US$ 50 mi (quase R$ 260 milhões), dependendo do contrato. E também podia comercializar suas placas de publicidade próprias. De quebra, eles se tornaram os únicos nos últimos anos a controlar a geração de imagens para as TVs do mundo.
Essas regalias estavam acabando aos poucos. A partir de 2021, eles começaram a repassar para a F1 uma parcela significativa do dinheiro cobrado para que iates e barcos fiquem no porto durante o fim de semana de GP. O valor exato arrecadado com isso pela F1 jamais foi revelado, mas estimativas levam a crer em algo entre US$ 12 mi e 18 milhões (R$ 62 mi e 93 milhões).
E, na temporada deste ano, a última do atual contrato, o GP de Mônaco passou a ser um evento de quatro dias, como as demais etapas do calendário. Com isso, ele pôde ser acomodado na semana seguinte do GP da Espanha, o que faz sentido geograficamente.
Mas as negociações para a renovação não foram fáceis porque a F1 queria mais: o pagamento de uma taxa anual, como todos os outros GPs, o controle da geração das imagens e das principais placas de publicidade.
Especialmente essa última questão tinha ficado muito latente para a F1 após a Liberty Media comprar os direitos comerciais da categoria no final de 2016 e estabelecer parceiros globais, ou seja, cujo as marcas estariam em evidência em todas as etapas. Uma dessas marcas é a Rolex, concorrente da Tag Heuer, que por sua vez era a patrocinadora máster do GP de Mônaco. Agora, a F1 não só fica com o dinheiro das placas de publicidade principais (o que também acontece em outros contratos), como também evitará esse tipo de situação.
O que não se sabe é se serão feitas modificações para adaptar a pista, que recebe o GP desde 1929, bem antes da própria criação da F1, em 1950, aos carros atuais, bem mais largos. Uma proposta é alargar a rua da saída do túnel, mas isso resultaria na remoção de árvores históricas, então foi inicialmente rejeitada.
O que certamente vai se manter é o formato de quatro dias de evento, sem a sexta-feira livre. Até porque o GP de Mônaco deve estar no meio de três finais de semana seguidos de corrida, junto de Espanha e Imola.
Agora, a dúvida que ainda resta sobre o calendário é em relação ao GP da China, que não foi realizado após o início da pandemia, muito em função da política de covid zero do governo local.
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