Topo

Pole Position

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Regra que faz estreia em 2022 é chance para brasileiros irem à pista na F1

Pietro Fittipaldi, piloto de testes da equipe Haas na Fórmula 1 desde 2019 - Reprodução/Instagram
Pietro Fittipaldi, piloto de testes da equipe Haas na Fórmula 1 desde 2019 Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

23/09/2022 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A reta final do campeonato da Fórmula 1 terá nomes diferentes fazendo os treinos livres, resultado de uma regra que está estreando neste ano e que obriga todos os pilotos a cederem seus cockpits uma vez por ano para um piloto que atenda os requisitos mínimos para correr. E dois pilotos que têm tudo para se beneficiarem dessa nova regra são os brasileiros Felipe Drugovich e Pietro Fittipaldi.

Campeão por antecipação da Fórmula 2, categoria de acesso à F1, Drugovich já começou sua preparação para estar no cockpit da Aston Martin em Abu Dhabi. A equipe ainda não oficializou sua presença nos treinos livres da F1, mas esse é o plano inicial. O paranaense, que assinou recentemente para ser piloto de desenvolvimento da equipe inglesa, participará ainda do teste destinado a jovens após o final da temporada também em Yas Marina.

Já Fittipaldi, que é piloto reserva e de testes da Haas, tem boas chances de fazer uma sessão de treinos livres no GP da Cidade do México e outra em Abu Dhabi. Ao contrário da Aston Martin, que já usou um piloto em um treino livre (Nyck De Vries, em Monza), ambos os pilotos da Haas ainda precisam ceder suas vagas até o final da temporada.

Treinos no México e em Abu Dhabi deverão ter vários novatos na pista

Há uma série de motivos para estas corridas do México e de Abu Dhabi serem as preferidas para as equipes cumprirem a nova regra. Daqui até o final da temporada, elas são as melhores opções, uma vez que os times querem evitar ter pilotos menos experientes em circuitos traiçoeiros, além da realização de testes de pneus de 2023 e a corrida sprint do Brasil.

As duas próximas corridas, em Singapura e no Japão, serão disputadas em circuitos que têm os muros próximos e nos quais não houve etapas desde 2019 por conta da pandemia. Então primeiro há o risco maior de acidentes, e segundo a necessidade dos pilotos titulares andarem. No Japão, haverá ainda teste de pneus de 2023 no primeiro treino livre.

Esse teste se repete na etapa seguinte, nos Estados Unidos. Mais uma vez, os titulares vão querer estar na pista.

E os três últimos GPs são no México, no Brasil e em Abu Dhabi. O GP de São Paulo terá formato sprint, ou seja, com apenas o primeiro treino livre para que os pilotos acertem o carro para a classificação, que é já na sexta-feira, e as corridas do sábado e do domingo. Logo, colocar um novato na pista justamente neste único treino não faz sentido.

Quem vai andar por qual time?

de vries - Williams - Williams
Nyck de Vries fazia parte dos planos da Mercedes, mas pode não andar pelo time
Imagem: Williams

E não são só Aston Martin e Haas que ainda precisam colocar pilotos jovens na pista. A indefinição das vagas para 2023 na Alpine na AlphaTauri tem reflexo nas escolhas das equipes. A Mercedes, por exemplo, planejava contar com De Vries, mas se ele assinar com a AlphaTauri ou mesmo com a Alpine, os planos podem mudar. Mercedes e AlphaTauri precisam colocar um novato em uma sessão de treinos livres. Os franceses ainda têm duas sessões disponíveis.

O plano A da Alpine era usar Oscar Piastri, mas com a ida dele para a McLaren em 2023, a chance deve ficar com Jack Doohan. Ainda assim, Piastri não foi liberado pelos franceses por enquanto, e isso afeta os planos da McLaren, que também tem duas sessões para preencher. O CEO Zak Brown indicou que os pilotos da Indy que já testaram com o time e estão aptos a andar - Colton Herta, Pato O'Ward ou Alex Palou - podem ser usados agora que a temporada da categoria americana acabou.

A Ferrari vai ter o russo Robert Shwartzman nos Estados Unidos e em Abu Dhabi. Resta saber qual será o piloto escolhido para perder tempo de pista com os pneus de 2023 no treino livre em Austin.

Na Red Bull, Liam Lawson deve ser o escolhido para o único treino livre que o time tem à disposição. O neozelandês também andará com a AlphaTauri caso o negócio com De Vries não for adiante.

Na Williams, o norte-americano Logan Sargent estará no cockpit em Austin no lugar de Nicholas Latifi (que não deve estar no grid em 2023 e, por conta disso, não perde muito ao não fazer o segundo teste com os pneus do ano que vem). A Alfa Romeo também tem uma sessão restante para respeitar a nova regra e usará Theo Pourchaire em Austin ou no México.