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Hamilton prevê que sua Mercedes voltará a pular e brinca: 'Vou ao dentista'

Lewis Hamilton chega para o grid de largada do GP da Holanda de Fórmula 1 - ANDREJ ISAKOVIC / AF
Lewis Hamilton chega para o grid de largada do GP da Holanda de Fórmula 1 Imagem: ANDREJ ISAKOVIC / AF

Colunista do UOL

27/09/2022 04h00

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Os pilotos da Fórmula 1 esperam sofrer na corrida deste final de semana, em Singapura. Principalmente aqueles que já passaram maus bocados nesta temporada com carros que pulavam mais que os outros em circuitos de rua, como a dupla da Mercedes. Tanto, que Lewis Hamilton até adicionou um passo a mais para sua preparação, mesmo que de brincadeira.

"Antes de Singapura eu vou passar no meu dentista para ter certeza que meus preenchimentos estão bem presos", riu o heptacampeão, lembrando o quanto o piloto acaba sofrendo com as ondulações e zebras. "Ou vou usar umas bandejas para manter os dentes no lugar."

A pista de Singapura, um circuito de rua, sempre foi ondulada. Mas isso será um problema maior neste ano porque os carros desta temporada têm suspensões mais duras. E alguns são mais rígidos que os outros, como é o caso da Mercedes.

É por isso que vimos os carros saltando muito em outras pistas de rua, como Azerbaijão e Canadá. A diferença é que, a partir da etapa da Bélgica, no final de agosto, está em vigor uma regra que obriga os carros a andarem mais altos (o que compromete a performance) se eles passarem de um determinado limite neste movimento vertical. Mas mesmo assim os pilotos vão sentir bastante, principalmente quando atacarem as zebras.

"Vai ser muito ondulado, um grande desafio para nós, muito físico", disse Esteban Ocon, da Alpine, que não tem tantos problemas quanto a Mercedes. "Os carros parecem karts quando a gente passa nas zebras. Não vai ser divertido. Acho que será interessante ver o que cada um escolhe em termos de acerto."

Esse ponto levantado por Ocon é fundamental, inclusive, para a Mercedes. Além de tentar ficar dentro do limite de movimento para evitar os saltos em excesso, as equipes precisam entender como fazer o carro render bem numa pista em que não correm desde 2019.

"Em termos de degradação, podemos ir bem lá", prevê Hamilton. "Então, se o carro estiver previsível e se ele se comportar como na corrida da Holanda, talvez a gente possa lutar [pela vitória]."

A referência de Hamilton à Holanda não é coincidência. Das últimas etapas disputadas, de julho para cá, são os circuitos de Zandvoort e da Hungria os que mais se assemelham a Singapura e suas curvas mais lentas. E em ambas as pistas a Mercedes foi bem.

Mas também é verdade que nenhuma das duas é tão ondulada. "No papel, Singapura é boa para nosso carro", disse o companheiro de Hamilton, George Russell. "Mas quando a gente lembra provas como Azerbaijão e Mônaco, dá para perceber que nosso carro não lida bem com as ondulações. Então não sei para que lado que as coisas irão."

O grande problema agora que os saltos excessivos estão controlados pelo regulamento é que eles ainda seguem acontecendo com oscilações menores, que tornam os carros imprevisíveis para os pilotos. "Vai ser difícil ser consistente com o carro pulando durante a corrida. Acho que será a corrida mais dura de todo o ano", prevê Carlos Sainz, da Ferrari.

O GP de Singapura, 17ª etapa do campeonato, será a primeira prova em que Max Verstappen pode selar o bicampeonato. Para adiar a conquista, Charles Leclerc precisa chegar em sétimo ou Sergio Perez precisa ir ao pódio para não depender do resultado do holandês.