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Pilotos enfrentam treinos em 'saunas' para voltar a Singapura após 3 anos

Daniel Ricciardo com a Red Bull liderou os treinos livres do GP de Cingapura - Clive Mason/Getty Images
Daniel Ricciardo com a Red Bull liderou os treinos livres do GP de Cingapura Imagem: Clive Mason/Getty Images

Colunista do UOL

28/09/2022 04h00

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As mídias sociais estão cheias de registros nos últimos dias de pilotos fazendo treinamento cardiovascular em quartos com temperaturas acima dos 35 graus, às vezes até usando agasalhos. E sempre pingando de suor. Tudo para tentar recriar o que vão viver durante duas horas neste domingo durante o GP de Singapura, 17ª etapa do mundial de Fórmula 1.

Mesmo assim, não dá para 'ensaiar' exatamente por que eles vão passar, pois falta um ingrediente importante nestes treinos: a pista. Com muitas curvas, muros próximos e uma corrida que geralmente fica próxima do limite regulamentar de duas horas, o GP de Singapura já seria mentalmente extenuante. E fica ainda mais desafiador devido à mescla de calor e alta umidade, que faz com que a sensação térmica dentro do cockpit ultrapasse os 60ºC.

Quando penso no desafio físico do GP de Singapura, lembro da imagem de Felipe Massa saindo do carro após as sessões de treinos livres totalmente encharcado de suor, com uma toalha molhada na cabeça para tentar resfriar o corpo, definindo a experiência como "ir direto para a sauna depois de um treino de corrida".

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Felipe Massa, antes no GP de Cingapura
Imagem: Lars Baron/Getty Images

E é quase isso que os pilotos fazem para tentar se aclimatar. Dias antes da viagem ao sudoeste asiático, eles passam a fazer seus treinamentos aeróbios em ambientes com condições semelhantes às que vão encontrar. Estreante em Singapura, Guanyu Zhou, que inclusive teve sua renovação confirmada nesta terça-feira, publicou um vídeo em que treinava em uma sala com 37ºC de temperatura. Já Sergio Perez apareceu segurando um peso como se fosse um volante dentro de uma sauna, e George Russell pedalava com agasalho, e o suor pingando de seu boné.

A preparação física é importante para que não se perca tanta energia que deveria ser usada para a concentração durante a prova. Por isso que, mesmo sem poder treinar na pista, esses "ensaios" são importantes.

Por que esse GP de Singapura será ainda mais brutal

Com os carros atuais, que têm suspensões mais duras, os pilotos vão sentir mais as ondulações e também quando atacarem as zebras, além de estarem fazendo sua primeira visita a Singapura em três anos, devido à pandemia.

"Vai ser uma corrida muito dura, então mentalmente, quanto fisicamente, com todas as ondulações e também o calor. Acho que será a corrida mais dura do ano", espera Carlos Sainz, da Ferrari. "Será um grande desafio tanto acertar uma volta na classificação, quanto ser consistente na corrida, com os carros saltando do jeito que estão."

Outro elemento pode tornar a corrida ainda mais brutal. Mesmo em pistas mais travadas, como na Hungria, as corridas foram movimentadas, com mais ultrapassagens do que o normal. E não há motivos para acreditar que Singapura será diferente.

A pista de Marina Bay sempre foi palco de provas quase cozidas em banho-maria. Como era muito difícil ultrapassar, a melhor tática era manter um ritmo mais lento para evitar ter de parar mais de uma vez e arriscar perder a posição de pista. Com o ritmo de corrida mais cadenciado, os pilotos podiam descansar. Se realmente for mais fácil ultrapassar neste fim de semana, com a geração atual de carros, isso pode significar que teremos uma corrida com mais de uma parada e um ritmo mais forte o tempo todo.

Isso, é claro, leva a mais desgaste físico dos pilotos, o que, por sua vez, gera maior chance de erros. E é difícil se manter longe do muro quando se erra em Singapura. Não é por acaso, portanto, que os pilotos estão caprichando na preparação para a 17ª etapa do campeonato.