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F1: Hamilton espera que carro do ano que vem seja 'irmã melhorada' do W13

O heptacampeão Lewis Hamilton, quarto colocado no GP da Holanda, em Zandvoort - Mercedes
O heptacampeão Lewis Hamilton, quarto colocado no GP da Holanda, em Zandvoort Imagem: Mercedes

Colunista do UOL

14/10/2022 04h00

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Faz algumas provas que Lewis Hamilton chega na quinta-feira para as entrevistas de um Grande Prêmio dizendo que mal pode esperar pelo carro do ano que vem. No último fim de semana, no GP do Japão, ele disse que o modelo atual da Mercedes, o W13, "é ruim no seco e na chuva", e comemorou: "Eu tenho mais cinco corridas com esse carro e espero que o do ano que vem seja a irmã melhorada dele".

Seu companheiro, George Russell, está em sua primeira temporada na Mercedes, então não tem muita referência em relação à sensação de pilotar os grandes carros que o time fez nos últimos anos, mas também não morre de amores pelo W13. O diretor técnico, Mike Elliot, admitiu que a equipe sabe dos problemas fundamentais que o carro tem, mas simplesmente não tem orçamento para resolvê-los nesta temporada.

Elliot explicou que a equipe primeiro julgou que as oscilações verticais que faziam o carro saltar na pista eram o grande entrave para a performance do carro. Focou em resolver a questão e conseguiu. Mas isso desviou a atenção de outros problemas. Como visto no GP do Japão, por exemplo, o carro segue sendo aerodinamicamente ineficiente. Ou seja, não seja tanta pressão aerodinâmica quanto os rivais ao mesmo tempo que oferece muita resistência ao ar.

Então trata-se de um carro que tem lampejos, mas que essencialmente é lento de reta e inconsistente nas curvas. Outro problema é em relação aos pneus, que a Mercedes não consegue trabalhar bem em uma volta lançada, o que prejudica muito a classificação. Além disso, a Mercedes sabe que o carro está pesado e que precisam fazer um chassi mais leve.

Então por que a Mercedes não melhora seu carro? A questão é fazer tudo isso respeitando o teto de gastos da Fórmula 1. Só a homologação de um novo chassi, para remediar a questão do peso, custa cerca de US$ 2 milhões, uma vez que é preciso refazer todos os testes de impacto.

O time reconhece que teve um orçamento menor do que o da Ferrari, por exemplo, para trazer novas peças durante o ano. Toto Wolff fala em US$ 3,5 milhões, enquanto Mattia Binotto afirmou que o orçamento da Ferrari é de US$ 4 milhões. Então é bem provável que, para 2023, o time faça ajustes nesse sentido.

Mesmo com as limitações, a Mercedes prepara a última atualização no carro para o próximo GP, dos Estados Unidos. Será apenas a terceira do ano, depois de Barcelona e Silverstone. A ideia é ter um salto de performance mas, principalmente, entender se o caminho de desenvolvimento é o correto para 2023, uma vez que as regras ficam relativamente estáveis.

"É o nosso passo final de desenvolvimento aerodinâmico e tomara que nos dê um pouco mais de performance, mas o mais importante é que a cada passo estamos aprendendo mais e mais e vendo o que podemos levar para o carro do ano que vem", explicou o chefe de engenharia de pista, Andrew Shovlin. "Isso é uma parte. A outra são alguns componentes que estão mais leves, e isso vai nos deixar mais próximos do limite mínimo de peso."

A Mercedes não sabe muito bem onde estará em relação aos rivais na pista de Austin, que costuma ser bastante ondulada, algo de que o W13 não gosta muito. O traçado não é tão rápido quanto Suzuka, onde eles ficaram longe da ponta, nem tão travado como Singapura, em que Hamilton lutou pela pole. "A classificação é algo muito difícil para prevermos no momento. Agora, nosso ritmo de corrida tem sido razoavelmente forte, então se conseguirmos melhorar, podemos lutar com as Ferrari e Red Bull", disse Shovlin.

O GP dos Estados Unidos é uma das quatro etapas finais da temporada da Fórmula 1, que já tem Max Verstappen como campeão. A briga da Mercedes é pelo segundo lugar do mundial de construtores, mas no momento a Ferrari tem vantagem de 67 pontos. Ainda há 191 pontos em jogo no campeonato de equipes.