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Qual o próximo passo do caso da gastança da Red Bull e o que está em jogo

Red Bull celebra o segundo titulo de Max Verstappen na F1, no circuito de Suzuka, no Japão  -  Clive Rose/Getty Images
Red Bull celebra o segundo titulo de Max Verstappen na F1, no circuito de Suzuka, no Japão Imagem: Clive Rose/Getty Images

Colunista do UOL

21/10/2022 12h44

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A pressão é grande no paddock da Fórmula 1 em Austin para que a Red Bull receba uma punição exemplar por ter, segundo a Federação Internacional de Automobilismo, ultrapassado o teto orçamentário do ano passado. Ao mesmo tempo, corre lentamente o processo de definição de uma punição. A FIA apresentou os termos de um acordo para a equipe, e aguarda o posicionamento dos líderes do atual campeonato.

Desde que a situação chegou à imprensa, no GP de Singapura, o presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, não tem marcado presença nas corridas, diferentemente do que vinha acontecendo ao longo da temporada. E em Austin, no Texas, palco da 19ª etapa, as tentativas de uma reunião entre as partes foram frustradas nesta quinta-feira.

O regulamento prevê que o primeiro passo seja a busca de um acordo, com uma punição potencialmente mais branda, sem a possibilidade de recurso inclusive das outras equipes. Pode parecer uma ótima oferta à primeira vista, mas isso significaria uma admissão de culpa por parte da Red Bull, e que pode ter desdobramentos. Isso porque a equipe acredita que suas contas estavam dentro do teto, já que não considera algumas despesas (quais, exatamente, ainda não sabemos). Então é de se imaginar que as contas deste ano também estejam acima do teto pelo mesmo motivo. Se este for o caso, a Red Bull teria de se preparar para ser punida duas vezes.

É por isso que pode ser que o acordo não saia do papel e a Red Bull queira levar a questão a julgamento. Isso aconteceria primeiro dentro da FIA, mas é possível que eles levem a causa a um tribunal. Se essa for a opção da Red Bull, é porque eles realmente acreditam que não estouraram o teto.

A FIA não divulgou suas contas, mas o que se comenta no paddock é que a Red Bull teria passado entre 1 e 2 milhões de dólares. O teto de gastos foi de pouco mais de 148 milhões de dólares ano passado. Pode parecer pouco, mas os rivais Mercedes e Ferrari, que têm orçamentos semelhantes, revelaram terem gasto entre 3.5 e 4 milhões de dólares em peças novas ao longo do campeonato, ou seja, se esse realmente foi o valor que a Red Bull passou, seria suficiente para ter uma vantagem de performance.

É por isso que os pilotos estão pressionando a FIA por uma punição exemplar neste que é o primeiro ano do teto de gastos na F1. "O esporte precisa fazer algo a respeito disso. Caso contrário, se as equipes gastarem milhões e só levarem um tapinha na mão não será algo positivo para o esporte. E aí nem precisa ter um teto de gastos", disse Lewis Hamilton, que lutou pelo título do ano passado até a última volta da última corrida com Max Verstappen.

O holandês, por sua vez, disse que a Red Bull acredita que não ultrapassou o teto. "Do nosso lado, temos uma forte crença de que não ultrapassamos. É por isso que estamos discutindo isso, para mostrar o que acreditamos ser o certo."