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F1 teve demonstração de força nos EUA mesmo com bastidores conturbados
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O GP dos Estados Unidos foi outra demonstração de força da Fórmula 1 no país ao mesmo tempo que a sensação geral dos bastidores é de que há muitos erros e pouca transparência, principalmente por parte da Federação Internacional de Automobilismo. Nunca o circuito tinha recebido tanta gente quanto no sábado, dentro da estratégia de Austin de atrair torcedores com grandes atrações musicais. Para se ter uma ideia, depois da classificação o trânsito era grande tanto para sair, quanto para entrar na pista e curtir o show do cantor inglês Ed Sheeran.
Essa estratégia vencedora começou quando o GP começou a dividir as atenções com a corrida do México em 2015. Percebendo que as vendas de ingressos tinham diminuído, os organizadores foram atrás de artistas, conseguiram Taylor Swift e mudaram a história da prova. Austin passou a ficar lotada, e passou também a ter horários diferentes, com a classificação bem tarde no horário europeu, só para reter o público dos show. E deu certo. Mesmo agora que eles dividem as atenções com Miami e, no ano que vem, com Las Vegas, a prova segue lotada. O que se falava em Austin é que, se os organizadores pudessem colocar mais 100 mil ingressos à venda, eles seriam vendidos.
Circulando pelo paddock desde a sexta-feira estava Brad Pitt, juntamente do produtor, diretor e roteirista de Top Gun: Maverick. Eles apresentaram para as equipes os planos de usar o mesmo tipo de cena de ação do sucesso de bilheteria, usando carros reais. A comitiva foi muito bem recebida e vai ter tapete vermelho quando a produção começar no ano que vem. Vamos ter até pilotos dando uma de atores, no melhor estilo 'Grand Prix', filme clássico dos anos 1960.
Quem também chamou a atenção foi Mario Andretti que, aos 82 anos, andou com uma McLaren no Circuito das Américas. Saiu reclamando da posição em que estava no carro, pouco confortável e com a cabeça presa de um jeito que prejudicava sua visibilidade. Ao redor dele, no entanto, a empolgação era enorme. "Lenda" era a palavra que mais se repetia no paddock, e os funcionários do circuito, que não podiam abandonar seus postos, pediam aos jornalistas que mandassem as fotos que tinham feito de Mario para terem uma recordação.
Pilotos da Red Bull ouvem que são "trapaceiros"
O Circuito das Américas também foi testemunha do crescimento da F1 nos EUA nos últimos 10 anos. O público pode até vir atraído também pelos shows, mas tem muito conhecimento da categoria. Pior para os pilotos da Red Bull, que foram vaiados e ouviram berros de "trapaceiros" quando interagiam com a torcida.
Tudo por conta da espiral de notícias acerca do teto orçamentário, alimentada pela falta de informações oficiais e o bate-boca na mídia nas últimas semanas. A Red Bull, que conquistou o título de construtores em Austin, passou os últimos dias, desde que suas contas de 2021 não foram aprovadas, conversando com a FIA sobre as diferenças entre o que eles estão considerando no teto e o que a entidade computou. Se a equipe entender que não tem como fugir de uma punição, o melhor será entrar em acordo para minimizar a pena.
Até o presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, voltou ao paddock após duas corridas de ausência, e se certificou que as câmeras focariam nele, como de costume. Andou no paddock junto de Christian Horner, depois visitou os boxes da Mercedes. Até parecia que a decisão de fechar o acordo ou não com a Red Bull é competência dele. Mas não é. Cabe ao painel do teto orçamentário.
Toda a conversa no paddock dá conta de que esse acordo teria uma multa financeira e perda de tempo de desenvolvimento aerodinâmico no ano que vem. Lembrando que a Red Bull já é a equipe que tem menos tempo porque eles estão na frente no campeonato desde o final de junho, quando as proporções foram redefinidas.
Essa decisão, contudo, vai demorar um pouco mais, depois que a morte do co-fundador da Red Bull, Dietrich Mateschitz, provocou uma pausa nas discussões.
Os pilotos foram ouvidos após as reclamações sobre o GP do Japão e a FIA teve de fazer um mea culpa reconhecendo que o trator não deveria ter entrado na pista quando os carros corriam risco de aquaplanar e também vão rever o texto da regra que, todos só perceberam durante ou mesmo depois da corrida, estava escrita de maneira errada, permitindo que uma corrida com 50% das voltas dê 100% dos pontos. E os pneus de chuva, há tempo criticados internamente pelos pilotos, também passarão por uma revisão.
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