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Pole Position

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F1: Nova regra deu a pole a Magnussen e a sprint pode mudar de novo em 2023

Colunista do UOL

12/11/2022 09h12

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E pensar que Kevin Magnussen só pode se dizer pole position pela primeira vez na carreira depois de ser o mais rápido na sessão que definiu o grid da sprint deste sábado no GP de São Paulo porque a Fórmula 1 mudou uma regra que incomodou no primeiro ano que a categoria adotou esses finais de semana diferentes.

Em 2021, quem ficava com a pole position era o vencedor da sprint, e não o mais rápido da classificação. Depois de muitas reclamações principalmente dos pilotos, esse detalhe da regra foi retificado. E é por isso que Magnussen comemorou sua primeira e improvável pole.

O resultado teve a cara de Interlagos. Com o tempo instável e uma das voltas mais curtas do calendário, as equipes e pilotos tinham de tomar decisões rápidas e certeiras. E a Haas lucrou ao soltar Magnussen rapidamente, e aproveitaram o fato de terem a última posição entre as garagens para colocá-lo em primeiro na fila de carros que seriam liberados no começo do Q3.

O irônico é que eles têm essa última posição porque foram a pior equipe do ano passado.

Nem sempre é vantagem ser o primeiro da fila na chuva. Mas, nesta sexta-feira em Interlagos, como a chuva foi apertando ao longo da volta, quem estivesse na frente se não cometesse erros, levaria. Mesmo com um carro menos competitivo.

A pole é uma das performances que justificam uma escolha de última hora do dono da equipe, Gene Haas. Com o estouro da guerra da Ucrânia, a equipe substituiu o russo Nikita Mazepin pelo dinamarquês, que já estava fazendo carreira fora da F1. Ele foi chamado pelo ex-chefe justamente pela boa impressão que deixou na primeira passagem na equipe.

Mais mudanças na sprint podem acontecer em 2023

Neste sábado, Magnussen não tem grandes expectativas, em uma pista em que dá para ultrapassar. Então mesmo que os pilotos costumem ser mais cuidadosos na sprint, temendo prejudicar sua posição de largada no domingo, ele não tem chances reais de se ver também entre os primeiros no grid do domingo. Isso porque a sprint que começa às 16h30 neste sábado define as posições de largada do GP de São Paulo, que tem largada às 15h no domingo.

Essa cautela deve gerar mais mudanças no formato da sprint, que será usada em seis das 24 etapas do ano que vem. A ideia que está sendo estudada é tornar as duas corridas independentes. Assim, seriam feitas duas sessões de classificação, uma na sexta-feira, como ocorre hoje, e outra no sábado de manhã, quando atualmente é disputada uma sessão de treinos livres sem muito valor. Isso porque os carros já estão em regime de parque fechado e não podem ter suas configurações alteradas desde o início da classificação, então esse segundo treino livre é usado somente para avaliar o ritmo de corrida.

Como esse tipo de mudança sempre gera impactos, como o número de pneus macios necessários para fazer duas classificações, a F1 no momento estuda como implementar a mudança, mas existe a possibilidade disso acontecer já para 2023.

As sprints são uma forma que a F1 encontrou de tornar a sexta-feira também interessante para o público, mas ainda não conquistou os fãs e pilotos justamente porque essas corridas do sábado não são tão movimentadas. É claro que Interlagos foi exceção ano passado, com Lewis Hamilton saindo de último para chegar em quinto depois de ser desclassificado da classificação, e neste sábado Magnussen terá a chance de ser o centro das atenções, mas está claro que mais modificações, como a que deu ao dinamarquês sua primeira pole, são necessárias.